Os diagnósticos de HIV cresceram aproximadamente 657%, de 2007 a 2017, entre mulheres com mais de 60 anos de idade. De acordo com boletim o epidemiológico HIV/Aids 2018 do Ministério da Saúde, essa foi a faixa etária com maior variação de aumento no público feminino.
Na última década, a taxa de detecção de Aids também aumentou em mulheres idosas, de 5,3 para 6,4 pessoas para cada 100 mil habitantes.
“A vida sexual voltou a ser muito ativa nessa população. O surgimento de estimulantes sexuais proporcionou isso. Ao mesmo tempo, em uma faixa etária em que as pessoas não têm mais receio de gravidez, o uso de preservativo é menor”, avaliou a ginecologista Helaine Milanez, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, ao jornal O Globo.
De acordo com Carla Luzia Araújo, diretora da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), muitas mulheres a partir de 40 anos só descobrem o vírus após o diagnóstico dos parceiros ou com o surgimento de sintomas.
“As pessoas acreditam que ter um parceiro único é protetivo. Mas é também um fator de risco, pois acreditam estar protegidas e não usam preservativos”, ressaltou.
As profissionais concordam que é essencial a criação de campanhas de prevenção voltadas para mulheres acima dos 40 anos. Para elas, a rotina de prevenção entre o público idoso não é valorizada.