A primeira publicação sobre o tema foi feita pela Prefeitura de Perolândia (GO) em 24 de abril. O prefeito Jhonatta Cortez da Silva (DEM), que estava com Covid-19 havia alguns dias, precisou ser internado no Hospital das Clínicas em Mineiros, com quadro estável.
A internação, inicialmente feita por segurança, gerou preocupação três dias depois, quando o político apresentou alta na pressão arterial, queda na saturação e lesão pulmonar. A melhora, registrada em boletins nos dias 30de abril e 4 de maio, indicava que o prognóstico era positivo, mas, na postagem seguinte, cinco dias depois, a prefeitura informava a morte do prefeito, aos 44 anos.
O óbito, o quarto em duas semanas no país, contribuiu para que o total de prefeitos que perderam a vida devido a complicações do novo coronavírus chegasse a ao menos 20 na atual gestão, iniciada em 1º de janeiro.
No total, governantes de prefeituras distribuídas por dez estados, que governavam para 2,46 milhões de habitantes, morreram neste ano, 17 deles nos últimos dois meses, período em que o país viu acelerar o total de casos, internações e mortes causadas pela pandemia. Em todo o ano passado, foram pelo menos 22 mortes de prefeitos devido à Covid-19.
O óbito mais recente foi o de João Carlos Botelho Martins (PSD), 57, que tinha voltado a governar Dois Irmãos do Tocantins (TO) em janeiro depois de ter sido prefeito entre 2005 e 2012. Ele morreu na quinta-feira (13), depois de ficar mais de 50 dias internado por conta da doença. Desde 18 de março, estava na UTI de um hospital em São Paulo.
O vice-prefeito, Geciran Saraiva Silva (PSD), 39, que foi vereador entre 2009 e 2020, decretou luto oficial de cinco dias e o corpo do político foi velado na sexta (14) em uma chácara da família.
A morte de Botelho foi a segunda de um prefeito no estado em 2021. A primeira foi a de Temistocles Domingos da Silva, o Temis (PSD), 50, que governava Nova Olinda.
Dos 20 óbitos neste ano, 4 foram de prefeitos em São Paulo. Tocantins, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Ceará, Paraíba, Paraná e Goiás tiveram duas mortes, enquanto Bahia e Mato Grosso do Sul registraram uma.
Outro político que morreu neste mês foi Edson Moraes (PSDB), 60, que governava Miranda (MS). Depois de dois meses internado, ele morreu no dia 1º.
Eleito com 82,28% dos votos, Moraes foi substituído oficialmente dois dias depois por seu vice, o pecuarista Fábio Florença (PDT), 36, que, ao tomar posse, pediu apoio da Câmara para passar pelo momento turbulento.
Prefeito de Nioaque (MS) e presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Valdir Couto de Souza Júnior (PSDB), 37, publicou comunicado em que afirmou que a morte de Moraes deixava uma lacuna na vida pública do estado.
“Em nome dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, a diretoria da Assomasul recebe com tristeza a notícia sobre o falecimento do prefeito de Miranda, Edson Moraes, em decorrência de complicações do coronavírus. Externamos nossas sinceras condolências a toda família e amigos do nosso prefeito, amigo e irmão pela terrível perda.”
Na véspera da morte de Moraes, uma embolia pulmonar provocada pelo novo coronavírus matou a prefeita de Querência do Norte (PR), Rozinei Aparecida Raggiotto Oliveira (PSD), 57, depois de dez dias de internação em Maringá.
Prefeita pela quarta vez -governou de 2005 a 2012 e estava no cargo desde 2017-, ela disse em redes sociais antes de ser internada que a evolução do quadro foi rápida e que em poucos dias já estava com 30% do pulmão comprometido.
A maior cidade a perder seu prefeito foi Goiânia, capital de Goiás, que tem 1,53 milhão de habitantes.
Maguito Vilela (MDB), 71, morreu no dia 13 de janeiro no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde 27 de outubro em razão de complicações decorrentes da Covid-19.
Na Bahia, a morte registrada até aqui ocorreu em Vitória da Conquista (360 mil moradores). O então prefeito, Herzem Gusmão (MDB), 72, morreu em 18 de março no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado desde 26 de dezembro.
Sua posse, em 1º de janeiro, foi virtual. Treze dias antes de morrer, ele, que estava em seu segundo mandato, gravou um áudio para informar a população da cidade baiana que retornaria para a UTI.
Das quatro cidades paulistas, a maior a perder seu governante foi Hortolândia, com 234 mil habitantes. O prefeito Angelo Perugini (PSD), 65, morreu em 1º de abril, em seu quarto mandato à frente da cidade na região metropolitana de Campinas (2005-2012 e desde 2017).
As outras cidades que perderam neste ano seus prefeitos para a pandemia foram Dirce Reis, Taguaí e Guararapes (SP), Itanhandu e Campanário (MG), Coxilha e São Jorge (RS), Palhano e Ereré (CE), Pitimbu e Coremas (PB) e Campo Largo (PR). | conteúdo originalmente postado por Rio Preto News