O inventário da herança do ex-governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães (ACM), com pedido de suspensão de tramitação segue na justiça da Bahia e o motivo é a elucidação de um possível novo filho do político baiano que não havia sido registrado. A realização do teste de DNA que poderia sacramentar a paternidade do ex-senador a Luiz Antônio Flecha de Lima, o Tota, está parado por causa da pandemia do novo coronavírus.
A informação foi revelada pelo colunista Lauro Jardim em sua coluna deste domingo (7) do jornal O Globo. O jornalista revela que o processo, aberto em 2019, corre na 14ª Vara de Família de Salvador e envolve, além de ACM; a embaixatriz Lúcia Flecha de Lima, conhecida do grande público como “a melhor amiga da Lady Di”; e o embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima, um dos mais influentes quadros do Itamaraty no final do século passado, hoje muito adoentado. De acordo com a publicação do jornal carioca, os advogados relatam que a mãe de Tota, Lúcia, “teve um relacionamento afetivo” com ACM em 1974. O resultado da relação foi o nascimento de Tota no ano seguinte: “como Lúcia era casada com Paulo Tarso”, o menino foi registrado “como filho do casal”. Lúcia morreu há quatro anos. Ainda conforme a nota baseada no relato dos advogados de Tota, “é certo que ACM sempre teve conhecimento da sua paternidade, pois sempre dedicava carinho e atenção” a ele desde a sua infância. A ação relata que em junho de 2007, um mês antes de morrer, ACM, então hospitalizado, revelou a Tota que era o seu pai biológico. Já Lúcia “evitava tratar do assunto com o filho, mesmo após a morte” do ex-ministro. Mas em 2017, já com problemas de saúde e “como uma de suas últimas vontades” antes de morrer, admitiu a Tota que ele era filho do ex-governador baiano. O jornal O Globo também revela que em junho passado, Antônio Carlos Magalhães Júnior, primogênito de ACM e inventariante do espólio, concordou em fazer o exame de DNA pedido por Tota. A previsão é que a coleta do material genético seja feita apenas após a vacinação contra a Covid ter sido concluída no país. Finalmente, os advogados pedem ainda que, se “a paternidade post mortem de ACM” for declarada, na certidão de nascimento de Tota seja mantido também o “nome do seu pai constante no atual registro, Paulo Tarso Flecha de Lima, haja vista a relação paternal que também os une”.