O preço dos alimentos disparou em março, fechando o mês em alta de 1,13%, contra 0,22% registrado em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os aumentos ocorrem em um momento de dificuldades para famílias afetadas pela crise do coronavírus. Segundo o IBGE, os maiores aumentos se deram em produtos relacionados à alimentação em domicílio, como cenoura (20,39%), cebola (20,31%), tomate (15,74%), batata-inglesa (8,16%) e ovo de galinha (4,67%). No geral, alimentos usados para refeições em casa aumentaram 1,40% no mês. Foram responsáveis por manter a inflação no terreno positivo, apesar da queda dos preços dos combustíveis e das passagens aéreas. Em março, o IPCA, índice oficial de inflação do país, ficou em 0,07%, contra 0,25% do mês anterior. Foi o menor índice para março desde o Plano Real. O grupo Alimentos teve impacto de 0,22 ponto percentual na inflação de março. O custo da alimentação em domicílio teve a maior alta desde dezembro de 2019, quando o preço da carne bovina disparou. Após os primeiros aumentos, supermercados jogaram a responsabilidade nos fornecedores. A Abras (Associação Brasileira dos Supermercados) falou em “elevações injustificadas de preços” e diz hoje trabalhar com a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) para evitar aumentos abusivos. No caso do feijão, o produto sofre com a alta demanda em um momento de quebra de safra. Já o arroz tem produção muito próxima do consumo, o que ajudou a elevar os preços com o aumento da procura. Outros produtos, como frutas e hortaliças, vêm em tendência de baixa, com menor demanda de restaurantes e restrições a feiras livres após o início das medidas de isolamento social.
Alimentos ficam mais caro durante pandemia e consumidores sentem no bolso
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