Em meio a avanços tecnológicos, pais indicam passatempos populares ao ar livre como alternativa aos celulares, computadores, tablets e televisão
Quem tem mais de 30 ou 40 anos lembra como era juntar a turma de amigos para pular amarelinha, andar de carrinho de rolimã, brincar de pega-pega, jogar pião ou queimada. São brincadeiras que fazem parte do imaginário de muitos adultos, mas que hoje raramente são vistas nas ruas. Em tempo de modernidade e avanços tecnológicos, as conhecidas telas de celulares, computadores, tablets e televisão substituem os passatempos antigos. No entanto, são cada vez mais frequentes os exemplos de pais que incentivam os filhos a brincarem ao ar livre.
É o caso da professora Ana Beatriz Magalhães, 27 anos, que motiva diferentes brincadeiras com os filhos e evita o uso da televisão. Mãe do Samuel, 4, e Ricardo, 2, ela conta que optou por restringir a tecnologia no lar. “Nos primeiros dois anos de vida do meu segundo filho, ainda deixávamos a TV ligada enquanto brincávamos com o mais velho. Mas resolvemos cortá-la de vez. Só ligamos e acessamos eletrônicos quando as crianças estão dormindo”. Ela explica que a mudança de hábito foi dífícil e lenta. “Mas, após um tempo, percebemos o quão ruim era o tempo gasto na frente da tela”, conta.
Pinturas, massas de modelar, pique-esconde e bola são algumas das atividades que fazem parte da rotina dos pequenos e ajudam no desenvolvimento da criatividade. “Busco incentivá-los a brincarem juntos, criando novos jogos. Quando um adulto não pode estar presente, ensino o respeito que devem ter um com o outro. A ausência dos pais não os deixa sem ter o que fazer, pelo contrário, inventam mais coisas para fazerem juntos”, frisa Ana Beatriz. Ela explica que o fato de morarem em apartamento não atrapalha o divertimento. “Eles descem todos os dias para brincar na quadra ou embaixo do prédio. Não há necessidade de ir para uma casa”, complementa.
De acordo com a professora, os passatempos são os momentos de maior aprendizagem e desenvolvimento na fase inicial da criança. “Para nós, pais, ensinar brincando é muito melhor do que falar e decorar fatos e coisas. A interação entre os irmãos e primos é sensacional, e não precisamos interferir toda hora na relação entre eles”, ressalta. Ana acrescenta que, além da relação entre os filhos, a retirada das tecnologias influenciou em seus papéis como pais. “Acho que a tela nos tira a obrigação de sermos pais. Ao retomar a nossa vocação, notamos o quão importante é cuidar, de fato, dos bens concedidos por Deus para nós. Pede esforço, dedicação, atenção e amor. Ao final do dia, estamos exaustos, porém, felizes. Uma felicidade que só quem ama de verdade consegue vivenciar”, acredita.