O secretário da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Maurício Barbosa, rechaçou as acusações feitas a partir de um vídeo no qual um corpo é apresentado como se fosse o do miliciano Adriano da Nóbrega, suspeito de ter ligação com o assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018 e morto em confronto policial no estado. As imagens chegaram a ser divulgadas pelo deputado Flávio Bolsonaro, que acusou a polícia baiana de tortura, nesta terça-feira,18, pelas redes sociais.
“As imagens não foram feitas nas instalações oficiais do instituto médico legal. Então nós temos a clara convicção de que isso é para trazer algum tipo de dúvida, de questionamento, a um trabalho que ainda não foi concluído. Eu reforço aqui o posicionamento das nossas instituições, a transparência com que estamos agindo e não vamos deixar que, por uma questão política, ou por qualquer outro motivo, qualquer outro interesse que esteja por trás disso tudo, venham trazer qualquer tipo de questionamento prévio, sem antes termos a conclusão da nossa investigação, das nossas perícias, e que o Ministério Público e a Justiça se posicionem quanto a isso”, afirmou Barbosa, por meio de nota divulgada pela SSP-BA.
De acordo com o secretário, o vídeo não é reconhecido como autêntico pela perícia baiana ou pela perícia do Rio de Janeiro. Ele reforçou que a perícia do corpo não foi concluída e que ainda há pessoas sendo ouvidas sobre o caso. “Nós temos ainda um prazo para concluir a nossa investigação. Nós fomos instados a comentar o resultado da perícia, e foi claramente indicado pelo perito que não havia sinais de execução, nem sinais de tortura no corpo que foi avaliado”, declarou Barbosa, ainda conforme nota.
Legista
Perito médico legista e diretor do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, Mário Câmara, garantiu que não é possível analisar um vídeo que não foi autenticado pela perícia.
“Não sabemos se foi adulterado, onde foi feito, não sabemos se o corpo é realmente do senhor Adriano. Então não faremos comentários sobre o vídeo. O que eu posso dizer, é reiterar que o laudo pericial foi feito por um perito médico legal especialista na área, com formação e balística, muito experiente em casos como este”, afirmou, ainda na nota, Câmara.
O especialista reafirma que o corpo de Adriano não apresentava sinais de tortura, diferente do que foi sugerido no vídeo que circula pela internet.
“O laudo pericial descreve exatamente os orifícios de entrada, os orifícios de saída, a trajetória dos projéteis, a angulação, não há nenhum sinal de tortura no corpo, não há sinal, no corpo, de execução. Há sinais sim, pela angulação dos projéteis, de um confronto com a polícia. Agora é preciso complementar com outros laudos, com a investigação policial. Essa história toda, essas filmagens que estão aparecendo, não são técnicas, são argumentações de leigos que nos ofendem bastante”, disse Câmara.
Informações:Reclame Boca