O ano de 2019 não foi um ano tão tranquilo como todos desejamos, mas os números finais da violência na região e em Vitória da Conquista mostram que a ação dos organismos de segurança foi eficiente na redução da criminalidade e da quantidade de mortes intencionais. O quadro ideal de paz parece distante, a violência é um mal dos nossos dias, mesmo assim, a diminuição de homicídios será uma notícia boa.
E melhor ainda é saber que na região da Região Integrada de Segurança Pública do Sudoeste (RISP Sudoeste), composta por 94 municípios, em 20 municípios não se mata ninguém há, pelo menos, quatro anos e em outros sete há quase um ano não ocorrem crimes violentos letais intencionais (CVLI), que envolvem homicídios, latrocínios e lesão corporal seguida de morte.
Na RISP Sudoeste houve uma redução de 13,8% dos casos, em comparação com 2018. De 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2018 foram 490 ocorrências registradas, enquanto que no mesmo período de 2019, foram 424 casos.
No caso de Vitória da Conquista, a redução nos homicídios chegou a 27,7%. Foram 125 ocorrências em 2019, ante 173 de 2018. Foi a mEnor quantidade de homicídios registrada no homicídio desde 2007.
No comparativo com os demais Comandos Regionais do Interior, o CPRSO encontra-se em 2º lugar no ranking no Índice de CVLI (cálculo por 100 mil habitantes), com 20 vítimas por 100 mil habitantes, quando se faz a referência ao acumulado do ano. Bem abaixo do índice do Estado que é de 32 vítimas por 100 mil habitantes.
AÇÕES SOCIOCOMUNITÁRIAS
Em documento interno, o Comando de Policiamento Regional do Sudoeste (CPRSO) destaca que, “quando falamos de quadro de violência social é importante lembrar que os índices que geralmente são utilizados para enxergar a atual situação são demonstrativos de um fragmento da realidade. Se quisermos avaliar as ações do Estado ou as instituições, por exemplo, precisamos considerar individualmente as atribuições constitucionais de cada uma delas e como elas se relacionam sistemicamente dentro de um contexto maior envolvendo outras variáveis, contexto este sobre o qual tais índices podem não traduzir objetivamente. No entanto, os números de CVLI são importantes em algumas dimensões”.
O CPRSO lista ações de policiamento ostensivo e preventivo, entre as quais atividades sociocomunitárias com impacto nas causas do aumento da criminalidade, sempre com o envolvimento da comunidade. De acordo com o comando, “a maior importância desses resultados foram as vidas que foram preservadas com essas ações de combate à criminalidade, que é nosso maior objetivo. Desse modo, os números demonstram que o Comando Regional está no caminho certo, que é construir um ambiente de pacificação e acima de tudo dar uma demonstração clara de que a sociedade poderá e sempre contará com os órgãos de segurança do Estado”.
O comandante do CPRSO, coronel Ivanildo da Silva e o subcomandante, tenente-coronel FErnando Leite
As diversas companhias independentes, sob a orientação do Comando de Policiamento Regional, mantêm, por exemplo, o Programa de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD) nas escolas públicas da cidade e da zona rural. Em 2019 foram 10 mil alunos. Destacam-se, ainda:
A Ronda Escolar com atividades lúdicas e de interação pedagógica junto aos alunos para manutenção do ambiente de paz dentro e no entorno das escolas, incluindo a Campanha Contra Abuso Sexual Infantil, Dia da Criança + Crianças no Quartel;
A Ronda Maria da Penha, com o acompanhamento individualizado para proteção das mulheres vítimas de violência doméstica tuteladas por medidas protetivas, tendo feito 4.497 atendimentos no ano passado.
Projetos sociais com aulas de judô, informática, robótica, escotismo, entre outros, voltados às crianças e adolescentes de áreas vulneráveis, construindo vínculos e oportunidades de desenvolvimento sadio longe da violência, por meio da Base Comunitária de Segurança.
Além de ações direcionados à própria corporação, como a Valorização Profissional SEVAP e o acompanhamento de saúde e atendimento direto para oficiais e praças.
Entre as gestões do CPRSO para 2020 está a viabilização do Centro Integrado de Educação, Segurança e Desporto (CIESD), que conta com o apoio de secretarias do Estado. O projeto inclui uma escola pública com 11 salas, pista oficial de atletismo e a da sede da 92.ª Companhia Independente de Polícia Militar (Rural), com o objetivo de proporcionar mais maior segurança a todo o complexo de atividades para a população.
CIDADES DE PAZ
Dos 94 municípios que compõem a Região Integrada de Segurança Pública, em 20 não ocorrem homicídios há, pelo menos, dois anos, com destaque para Maetinga (6 anos), Cravolândia (4 anos), Lagoa Real (4 anos), Licínio de Almeida (4 anos), Rio do Antônio (4anos), Botuporã (4 anos) e Rio do Pires (4 anos). Os demais, são: Lajedo do Tabocal ( 3 anos), Ibiassucê (3 anos), Caatiba (3 anos), Érico Cardoso (3 anos), Rio de Contas (3anos), Irajuba (2 anos), Nova Itarana (2 anos), Lafaiete Coutinho (2 anos), Matina (2 anos), Urandi (2 anos), Caetanos (2 anos), Piripá (2 anos) e Malhada de Pedras (2 anos). Todos estes municípios possuem como característica comum o fato de terem uma vida tradicional, onde o tráfico de drogas ainda não se enraizou, a ponto de haver disputas por pontos de vendas ou crimes de homicídios relacionados ao uso.
Outros sete não têm CVLI há quase um ano: Lafaiete Coutinho, Lajedo do Tabocal, Malhada, Pindaí, Jacaraci, Caraíbas e Dom Basílio.
Fonte: Blog do Giorlando Lima