Pouco mais de seis meses depois da tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, que até o momento resultou na identificação de 248 vítimas (outras 22 pessoas permanecem desaparecidas) e uma centena de órfãos, cerca de 150 bombeiros e mais de cem máquinas ainda trabalham nas buscas na lama endurecida pelo tempo, em um trabalho cada vez mais difícil.
Em meio a tanta dor, voluntários procurar amparar animais que ficaram perdidos dos donos desde janeiro. Bichos domésticos que ficaram desabrigados após o rompimento da barragem, em Brumadinho, terão a chance de encontrar uma nova casa no próximo sábado, quando ocorrerá uma feira de adoção na Fazenda Abrigo de Fauna. Serão 70 cães e 25 gatos, que foram vacinados, castrados e vermifugados.
Segundo informação da empresa Vale, que organiza a feira, existe também a chance de os antigos donos reencontrarem os animais de estimação perdidos na tragédia. Os candidatos passarão por uma entrevista e receberão uma cartilha sobre guarda responsável.
Criado para abrigar os animais domésticos e silvestres, de pequeno e grande porte, desalojados após a tragédia, a Fazenda Abrigo de Fauna abriga hoje mais de 500 animais. A fazenda é equipada com ambulatório, farmácia, canil, gatil, currais, galinheiros e lagos. Equipes de veterinários também auxiliam nos cuidados dos animais resgatados.
Mortos
O número de mortos identificados no desastre da Mina do Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, está há quase dois meses sem sofrer alterações. As duas últimas identificações feitas pelo Instituto Médico Lega (IML) ocorreram em 4/07.
A Polícia Civil continua recebendo casos – fragmentos de corpos – desenterrados pelos bombeiros que atuam na região, para identificação de vítimas. Um equipamento sequenciador de DNA – chamado Illumina – está em fase de instalação e um perito passa por treinamento nesta semana no Rio Grande do Sul para realizar as identificações.
Ainda segundo a corporação, o perito levou 52 amostras para extração de DNA durante o treinamento. A expectativa da polícia é que ele volte com o maior número possível de amostras analisadas. Aproximadamente 70 casos foram identificados por meio de DNA em junho e julho, mas eram amostras de pessoas que já haviam sido identificadas anteriormente.
A Barragem 1 se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019. Mais de 10 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério formaram um tsunami que varreu a área administrativa, a usina de beneficiamento de minério, e o refeitório da empresa. Depois disso, a lama atingiu comunidades de Brumadinho até chegar ao leito do Rio Paraopeba.
Fonte: A Tarde