Os cerca de 50 integrantes das etnias Kamakãs e Imborés que invadiram a Fazenda Esmeralda, de propriedade de Geddel Viera Lima, na madrugada dessa segunda-feira, 5, deixaram o local nas primeiras horas deste terça-feira após entendimentos com comandantes das polícias da região de Itapetinga.
Essa foi a terceira ocupação na fazenda, que fica em Potiraguá, microrregião de Itapetinga. A área tem 643 hectares, o que equivale a 643 campos de futebol. Segundo fontes que residem nas proximidades da fazenda, algumas pessoas se misturaram aos indígenas, porém a polícia não confirmou esta informação.
O grupo permanece acampado nas imediações, às margens do Rio Pardo, que corta a região. A exemplo das vezes anteriores, os ocupantes alegam que as terras pertenciam aos seus antepassados e que no local existem cemitérios indígenas.
A “cacica Tanara”, que liderou o grupo, confirmou que a ocupação foi feita por indígenas da Aldeia Alto da Abobreira, das etnias Kamakãs e Imborés, pertencentes e originadas da região do Médio Sudoeste da Bahia.
“Estamos reivindicando as terras que são histórica e culturalmente de nosso povo por direito”, afirmou. Os supostos indígenas dizem que, na fazenda existem, ao menos três cemitérios e que, por isso, o local é considerado “sagrado”. “Foi uma ocupação pacífica. Nosso objetivo é a nossa terra sagrada”, sustentou, assim que ocuparam a fazenda.
Os invasores cobraram a presença de representantes da Funai e da Polícia Federal, porém resolveram sair pacificamente antes mesmo de os responsáveis pela área apresentarem mandado de reintegração de posse. O grupo não descarta ocupar outras áreas nas redondezas.
O ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima (MD). chegou a afirmar que os advogados estavam “tomando as providências cabíveis”.
No Natal de 2017, a Fazenda Esmeralda foi ocupada por cerca de 30 índios da etnia Pataxó Hã Hã Hãe. A ocupação, encerrada após negociação com a Polícia Militar (PM), durou dois dias.
Em outra oportunidade, um grupo de índios também ocupou as terras por 14 dias, entre o final de setembro e início de outubro de 2017. Eles alegaram que a terra é de habitação tradicional indígena, o que já foi negado pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
Fonte: Sudoeste Digital