A pesquisadora do Departamento de Biologia Celular e Molecular da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Fabíola Cruz, descobriu que o líquido extraído do sisal, planta cultivada em regiões semiáridas, mata rapidamente o Aedes aegypti, mais conhecido como o mosquito da dengue.
Agora, na última fase da pesquisa, a também coordenadora do Laboratório de Biotecnologia Aplicada a Parasitas e Vetores (Lapavet) investiga as formas seguras de utilização da substância, com previsão de conclusão em dois anos.
“A eficácia como inseticida já foi comprovada, tanto no uso direto quanto na produção de iscas”, confirma a pesquisadora.
Por acaso
Segundo Fabíola Cruz, a descoberta foi por acaso e teve início a partir do relato de pequenos agricultores sobre a utilização do suco do sisal para eliminação de carrapatos de bois.
“No processo de extração da fibra do sisal, é obtido também um suco, que compõe 95% da planta. A partir desses relatos, a Embrapa Algodão propôs parceria para descobrir as propriedades biológicas do extrato”.
Ao aplicar o extrato bruto do suco do sisal nas larvas do Aedes aegypti, Fabíola Cruz descobriu que o líquido é letal para as larvas do mosquito. “A princípio, pretendia estudar a ação larvicida, mas a pesquisa cresceu”.
Quando aplicou o extrato do sisal em diferentes fases de vida do mosquito, obteve resultados também positivos. O líquido foi transformado em pó, para facilitar as pesquisas enquanto inseticida comercial.