Os maiores impactos negativos no resultado de março vieram das indústrias de produtos alimentícios, que teve queda de 4,9%, veículos automotores (-3,2%) e derivados de petróleo e biocombustíveis (-2,7%). Dos 26 grupos analisados pelo instituto, 16 apresentaram queda em março. Entre os que apresentaram resultado positivo, o destaque foi o setor de produtos farmacêuticos, com alta de 4,6%. Na comparação com o último trimestre de 2018, a produção industrial nos primeiros três meses sob o governo Jair Bolsonaro recua 0,7%. É a maior retração desde o quarto trimestre de 2016, disse Macêdo.
Três das quatro grandes categorias econômicas registraram recuo em março: bens intermediários (-1,5%), bens de consumo duráveis (-1,3%) e bens de consumo semi e não duráveis (-1,1%). A única taxa positiva se deu na produção de bens de capital (0,4%), que no trimestre registra expansão de 5,1%.
Dados compilados pela consultoria IHS Markit mostram que a situação não melhorou em abril. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), calculado pela consultoria, teve no mês o resultado mais fraco em seis meses. Na comparação com março de 2018, o IBGE detectou recuo em 22 dos 26 ramos pesquisados. Os destaques negativos nessa base de comparação são a indústria extrativa (-14%) e veículos automotores (-13,3%).
A indústria extrativa permanece sentindo os efeitos da tragédia em Brumadinho (MG), que contabiliza até o momento 233 mortos e 37 desaparecidos, e recuou 1,7% no mês. No primeiro trimestre, a produção do setor acumula queda de 17,6%.
O rompimento da barragem Córrego do Fundão levou autoridades a decretarem a suspensão de operações em diversas barragens em Minas Gerais, com impacto sobre a produção nacional de minério de ferro. “Não por acaso, na comparação com março de 2018 ou entre os primeiros trimestres, a indústria extrativa tem a maior influência negativa”, afirmou Macêdo.