O senador Jaques Wagner (PT-BA) recebeu da OAS R$ 1 milhão via repasses de caixa dois e contrato fictício, informa reportagem veiculada nesta quarta-feira (27) pelo site do jornal O Globo.
Segundo a publicação, a revelação foi feita por oito ex-funcionários que atuavam na “Controladoria de Projetos Estruturados”, o departamento clandestino da empreiteira. Eles depuseram em delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado e que até agora era mantida sob sigilo.
De acordo com o jornal carioca, o ex-governador da Bahia e ex-ministro figura em um grupo de 21 políticos que, juntos, foi beneficiada com cerca de R$ 125 milhões em propinas e repasses de caixa dois. Os repasses, conforme os delatores, ocorreram entre 2010 e 2014.
Procurada pelo jornal carioca, a defesa de Wagner informou que não comentará delação a que não teve acesso.
O Globo destaca que a lista de beneficiários elencada pelos delatores é multipartidária e reuniria alguns dos mais proeminentes políticos do país — dentre os quais burocratas de estatais, integrantes de fundos de pensão, empresários e doleiros que também são citados como beneficiários de dinheiro do setor.
Segundo a reportagem, o esquema ilegal da construtora envolvia o superfaturamento de obras emblemáticas, como estádios da Copa de 2014, a transposição do Rio São Francisco, o Porto Maravilha, no Rio, e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, além de empreendimentos no exterior. Uma parte desses recursos extras seria posteriormente repassada aos políticos.
De acordo com a delação, a OAS assinava contratos frios com empresas de fachada, no Brasil e no exterior, para esquentar o dinheiro. Um dos principais operadores desse caixa era Alberto Youssef, doleiro preso pela Operação Lava-Jato, que fechou delação em 2014 e começou a revelar a extensão das relações criminosas da empreiteira com o universo político.
É a primeira vez que integrantes da OAS explicam como funcionava o sistema de propinas da empreiteira.
Fonte: Blog do Caique Santos