O vereador Coriolano Moraes (PT), conhecido como Prof Cori, vem alertando já há algum tempo que o transporte público de Vitória da Conquista entraria em colapso, caso o poder executivo não tomasse medidas para sustentabilidade do sistema.
O transporte alternativo e sem regulamentação, como é o caso das vans e ubers, vem afetando notavelmente o sistema: no ano de passado (2018) a Viação Vitória abriu mão do lote 1 de ônibus circulares, declarado falência. O mesmo pode acontecer com a Viação Cidade Verde, que assumiu de forma emergencial o lote da primeira empresa citada. Para evitar a saída da Cidade Verde, Cori defende a regulamentação do transporte alternativo.
O Blog do Sena conversou com o Prof para saber mais detalhes sobre a situação do transporte público e sobre sua proposta para manter o funcionamento do sistema. Confira:
Transporte coletivo em risco – Cori afirma que a qualquer momento a Cidade Verde pode sair de Conquista, fato que desempregará mais de 400 pais e mães de família. Ele explica que o relatório do mês de janeiro da Cidade Verde aponta uma redução de 697 mil passageiros em relação ao previsto e garantido pela licitação de 2013. Sendo assim, a empresa pode ir à justiça requerer do município os passageiros prometidos. “O que significará também uma possível saída do próprio lote, porque ela tem um contrato de 10 anos, mas ela pode inclusive devolver, uma vez que o prejuízo se acumula. Quando você multiplica essa redução por R$ 3,80, dá mais de R$ 2,6 milhões/mês”, esclareceu.
“Devemos devolver os passageiros para o sistema” – “Se a gente conseguir devolver pelo menos 500 mil passageiros, a gente pode reduzir a passagem de R$ 3,80 para R$ 3,30”, defendeu o vereador. “ Se a gente conseguir devolver, a própria Prefeitura vai economizar em torno de R$ 1,2 milhão por ano, somente com vale-transporte que ela compra para os seus funcionários”, completou. Para que isso se concretize, Cori aponta que é preciso combater a clandestinidade, regulamentando parte do transporte alternativo.
Direito à gratuidade – Cori alerta também que o transporte alternativo não garante a gratuidade de passagens, fato que reforça a necessidade de manter o sistema de ônibus coletivo. “A Viação Cidade Verde hoje tem garantia de 1 milhão de gratuidades mensais. O que significa isso? 500 mil gratuidades só para meia passagem para estudante. Se essa empresa for embora, quem vai garantir esse direito? As outras 500 mil envolvem idosos, pessoas com deficiência, pessoas que fazem hemodiálise, pessoas que trabalham nos Correios e policiais. Se a gente perder o sistema regular de transporte, quem vai garantir o direito à gratuidade a essas pessoas?”, questionou.
“Nós vimos quando a Viação Vitória saiu e abandonou o lote 1. Qual foi a gratuidade que foi garantida no período que ficamos sem a Viação Vitória? Se a gente for para o comércio e perguntar se houve redução no setor, eu acredito que a resposta seja que afetou mais de 30%, porque são passageiros que deixaram de vir para o centro para exercer suas atividades de trabalho, como também as relações comerciais, de compra e de venda. Então a saída da Cidade verde realmente faria a economia sofrer muito”, reforçou.
“Nós solicitamos com urgência que o Governo Municipal entre em campo” – Cori solicitou uma reunião entre Câmara e o prefeito Herzem Gusmão para buscar soluções. “ Agora não adianta a gente ficar naquele debate de quem errou e de quem acertou, se a culpa é do prefeito anterior, se é do futuro, se é do atual. O debate agora tem que dar uma solução para a população porque são várias questões”, disparou. Cori frisou que a principal alternativa para resolução do problema é “rapidamente combater o sistema irregular de transporte clandestino, que está afetando a Viação Cidade Verde e os taxistas”.
Fonte: Blog do Sena