Meses atrás, a situação da falta de água na zona rural de Vitória da Conquista era preocupante. No mês de agosto deste ano, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), decretou situação de emergência em Conquista e mais 28 municípios do sudoeste baiano por consequência dessa longa estiagem. Em algumas localidades do município, como Bate Pé e Cercadinho, a escassez era absoluta.
Ao longo da última semana, a situação de seca em toda a região sudoeste foi aplacada pela grande quantidade de chuva. Em uma única localidade, o índice chegou a 129 milímetros cúbicos de água em um único dia, o que representa, para efeitos de comparação, algo próximo da média mensal de todo o município que é a de 135 milímetros cúbicos, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Para o Secretário Municipal de Agricultura, Paulo César de Andrade Oliveira, a chuva tem sido providencial em áreas recém-afetadas pela seca. No distrito de Bate pé, há 43 km da sede do município, a água foi suficiente para preencher um açude que atende os cerca de 10.000 habitantes do distrito e do seu entorno. “Por determinação do prefeito municipal, fizemos uma importante intervenção em um açude daquela comunidade. Os trabalhos de desassoreamento foram interrompidos pela chuva, mas, mesmo assim, conseguimos em tempo revitalizar e garantir àquela população água por muitos e muitos anos”, explica Paulo César.
Sobre os principais desafios da Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri) durante essa época do ano, o gestor afirma haver mais benefícios com a chuva do que os transtornos que podem ser causados pelo seu excesso. No entanto, admite que a situação das vias e estradas vicinais pode comprometer o tráfego de veículos e a rotina dos moradores. “Estamos trabalhando de forma sistemática para atender a população quanto à infraestrutura e recuperação das estradas rurais. O que vamos fazer agora é reestabelecer as vias para que não haja maiores transtornos, mas reitero que a chuva tem sido muito bem vinda. Podemos fazer estradas, mas não podemos trazer a chuva”, afirma o secretário.
Paulo César ainda considera que o abastecimento de água potável para consumo humano, continuará intensificado com a “operação carro – pipa” da Prefeitura Municipal e também através os carros do Ministério da Defesa. “Apesar da chuva, a água das barragens, não é apropriada para beber e cozinhar alimentos. Ela serve principalmente para a agricultura e os animais, o que é algo muito importante. Já a água que é entregue nos carros pipa é tratada pela Empresa Baiana de Saneamento e Águas (Embasa), em um convênio feito com a Prefeitura que paga por ela”, informa o secretário.