Há mais de dois anos, a Uesb, por meio da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Proex), integra o projeto multinstitucional e multisocial “Todas as Cores pelo Rio Catolé Grande”, criado pelo Ministério Público da Bahia (MPBA). Esse projeto, entre outras coisas, vem trabalhando para que as matas ciliares e as áreas de preservação permanentes do Rio, que foram degradadas, especialmente as nascentes, sejam restauradas.
Nesse sentido, desde o início do projeto, professores dos cursos de Engenharia Florestal e Agronomia da Universidade conduzem e colaboram com discussões técnicas que visam a conscientização do uso da água e do respeito com a vegetação. “A Uesb esteve presente em todos os momentos, opinando sempre tecnicamente sobre os conceitos de restauração florestal, estabelecendo critérios técnicos e deixando tanto os produtores rurais quanto outros atores sociais conscientes das ações que estavam sendo acordadas”, afirmou o professor Dalton Longue, que integra o projeto.
A mais recente ação foi assinatura do Termo Coletivo de Prestação de Serviços Ambientais, que visa promover a regularização ambiental de propriedades rurais locais localizadas às margens do Rio. O documento foi construído pelo MPBA, por meio das Promotorias de Justiça de Barra do Choça e de Justiça Regional Ambiental de Vitória da Conquista, e, contou com a participação da Uesb, do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e do Município de Barra do Choça.
O documento foi assinado por 74 produtores de Barra do Choça, um dos sete municípios cortados pelo Rio Catolé Grande, em um encontro que aconteceu no Fórum da cidade na última semana. Na ocasião, estiveram presentes o reitor da Uesb, professor Luiz Otávio de Magalhães, e a pró-reitora de Extensão, professora Gleide Mgali Lemos Pinheiro. Com a assinatura do termo, 74 produtores se comprometem a recuperar a mata ciliar do Rio Catolé Grande dentro dos seus imóveis, bem como regularizar suas licenças ambientais, especialmente a outorga para direito de uso de água e o cadastro eletrônico de seus imóveis rurais.
Para o professor Dalton Longue, este foi um importante passo na conscientização da preservação dos recursos naturais, uma vez que “as florestas ciliares têm grande importância na produção de água e servem também de filtros naturais, melhorando a qualidade das águas dos rios, além de auxiliarem no microclima, conservação genética, local de segurança e reprodução para fauna”. Já a promotora de Justiça de Meio Ambiente, Karina Gomes Cherubini, destacou a importância da Universidade nesta ação. “O reflorestamento da mata ciliar está começando por Barra do Choça e, à medida que o projeto for avançando, queremos atingir os sete municípios. Para isso, contamos com os parceiros, sendo a Uesb um dos carros chefes dessa parceria”, ressaltou.
A recuperação das matas ciliares continuarão a ser orientadas e acompanhadas pela Uesb, com o monitoramento do Inema, pelos próximos seis anos. Ainda conforme Longue, as etapas seguintes do projeto serão a aplicação de questionários aos produtores localizados às margens do Rio Catolé Grande e a avaliação em campo da situação de cada trecho de mata ciliar.
Fonte: Nildo Freitas