A copeira Maria Aparecida Ribeiro Sousa, 44 anos, é uma delas. Ela afirma que levanta muito cedo, cerca de 4h. Moradora de Planaltina, no DF, depende do transporte público para chegar no trabalho, no Plano Piloto. “A gente dorme, mas parece que, no dia seguinte, não se recupera. Dorme mal. Vai parecer que estou acordando de madrugada”, critica.
Além disso, a segurança pública é fator de preocupação para as pessoas que questionam a eficácia do Horário de Verão. O empregado de uma academia Daniel Silva Santo, 42, trocou o ônibus pela bicicleta por causa da criminalidade. Segundo ele, quando está escuro, está perigoso, e, na parada, as pessoas são “alvos fáceis”. “Por isso deveriam acabar com o Horário de Verão. Pode economizar energia, mas quem depende de transporte público fica desprotegido. A bandidagem aproveita para assaltar”, disse.
A enfermeira Laiane Sousa, 28, ao contrário, apoia a medida de economia de energia. Segundo ela, o sono e a escuridão são minimizados pela possibilidade de aproveitar o dia. “Eu posso chegar em casa e ainda estará claro. Isso deixa a sensação que o dia rende mais. Dá para fazer uma atividade física ou sair. É mais produtivo”, afirma. Ela diz, porém, que, como acorda cedo, vai precisar de uma semana para adaptação. “Depois, está resolvido”, brincou.
O horário especial é adotado, continuamente, desde 1985. O objetivo inicial, segundo o Ministério de Minas e Energia, foi conscientizar a população sobre o aproveitamento da luz natural, mas a economia para o setor diminui ano a ano. No Horário de Verão de 2013/2014, foram poupados R$ 405 milhões, já no de 2014/2015, R$ 278 milhões — 31% a menos. No de 2015/2016, evitou-se o desperdício de R$ 162 milhões. No verão de 2016/2017, o governo poupou R$ 159,5 milhões.
A expectativa é de uma economia de R$ 150 milhões no deste ano. Maurício Tavares, coordenador do Curso de Engenharia Elétrica do IESB, afirma que cada vez mais o impacto é menor. O pico passou a ser no início da tarde, por volta das 15h. “É importante destacar que estamos num momento de escassez nos reservatórios, de bandeira vermelha dois, que se economiza pouco na quantidade e mais no valor”, alega. O fim do horário especial será no dia 18 de fevereiro de 2018.relógio à meia-noite
Horário de Verão começa neste domingo e vai até 18 de fevereiro de 2018. Apesar de a medida garantir economia pequena de energia, especialistas lembram que, em tempo de bandeira vermelha, a poupança pode ser grande na conta de luz
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é quanto os brasileiros das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste devem adiantar os relógios
R$ 150 Milhões
é a economia esperada para este ano com a medida
Fonte: Correio Braziliense