Na manhã deste sábado (27), a Creche Conveniada Bela Vista realizou o o III Seminário “Autismo – um olhar por inteiro”. O evento foi aberto a toda a comunidade interessada em discutir o Transtorno do Espectro Autista (TEA) sobre diferentes aspectos. Durante toda a manhã, o público teve a oportunidade de conhecer melhor os marcos do desenvolvimento infantil, a importância do diagnóstico precoce para melhor qualidade de vida, benefícios da ecoterapia e leis e direitos para pessoas autistas e outras deficiências.
A coordenadora pedagógica da creche, Valnice Santos, explicou que neste ano o evento teve um formato ampliado, para dar espaço à diversidade das temáticas abordadas. “Entendendo também que cada dia mais tem crescido o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista, a importância que tem esse tema tanto pras famílias que têm crianças atípicas, como famílias típicas”, disse.
Em sua palestra, a pedagoga Letícia Almeida falou sobre os marcos do desenvolvimento infantil e a importância de ter um olhar atento para cada habilidade da criança, e como isso vai implicar em sua vida social. “É muito importante que as pessoas tenham acesso à informação, para que saibam como lidar se, por acaso, surgirem sinais de atraso, tanto na área cognitiva, como na área de linguagem, como na área motora, porque isso vai impactar na vida da criança futuramente”, afirmou.
Já a psicóloga Kerolyn Zago abordou a intervenção precoce junto ao diagnóstico do TEA, ou mesmo antes do diagnóstico, caso sejam observados alguns sinais de alerta, como atrasos no desenvolvimento. “Para que a gente possa ir desenvolvendo habilidades que já são apresentadas como um déficit, um atraso, visto que o período de um ano, os meses iniciais até os três anos, é o ápice da plasticidade cerebral. E aí a gente continua essa intervenção até a primeira infância e, comprovado o diagnóstico do espectro autista, a gente tem vários protocolos de intervenção que vão se adequar aos déficits que aquela criança apresentar”, explicou.
Joelma Santana é mãe de um ex-aluno da creche, um jovem autista que hoje está com 12 anos de idade. Ela continua participando das atividades da instituição, pois acredita que toda a comunidade precisa conhecer mais sobre o autismo. “A escola, a família, são pessoas que têm que dar esse apoio, esse primeiro olhar diferente, e todos têm que entendê-los. Eles são pessoas maravilhosas, e nós temos que ser os primeiros a ter esse olhar empático para aceitá-los e abraçá-los como eles são”, destacou.
O seminário também contou com palestras na neuropsicopedagoga Renata Brandão, da fisioterapeuta Jamara Sousa, e do advogado João Vítor Santos.