O Ministério Público Federal (MPF) anunciou nesta quarta-feira (20), que denunciou à Justiça Federal 28 pessoas suspeitas de integrar o grupo investigado por fornecer 43 mil armas para os chefes das maiores facções do país — Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho —, movimentando R$ 1,2 bilhão.
A organização criminosa foi desarticulada na Operação Dakovo, deflagrada no Brasil e no Paraguai no início de dezembro deste ano. O maior alvo foi o empresário argentino Diego Hernan Dirísio, que ainda não foi encontrado.
Segundo o MPF, a denúncia foi recebida na terça-feira (19) pela Justiça Federal, que retirou o sigilo do caso. A peça narra 55 crimes praticados pelo grupo: 25 de tráfico internacional de armas, 29 de lavagem de dinheiro, além do crime de organização criminosa transnacional para todos os denunciados.
Os crimes atribuídos a cada acusado, o número de vezes que foram praticados e a incidência de circunstâncias agravantes variam de acordo com a participação de cada um nos delitos.
De acordo com o órgão federal, embora os fatos descritos na denúncia também apontem elementos que possam caracterizar, em tese, os crimes de corrupção ativa ou passiva em detrimento da administração pública do Paraguai, o MPF não ofereceu denúncia por essas práticas por não estarem presentes as condições previstas no artigo 7º do Código Penal, que permitiriam o julgamento do caso pela Justiça brasileira.
O MPF informou que a denúncia é resultado das apurações feitas em inquérito policial instaurado a partir da apreensão de armas de fogo, acessórios e munições croatas, durante abordagem feita pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia 23 de novembro de 2020, em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia.