Destaque da UESB: Inclusão do Dendê na alimentação de Vacas Leiteiras pode baratear produção

O Leite de Vaca é um produto que não pode faltar na mesa dos brasileiros. Além de ser muito apreciado com o cafezinho, formando um par perfeito, esse produto é utilizado em várias receitas culinárias e serve como matéria-prima para uma variedade de produtos. Dessa forma, o setor lácteo representa uma parcela importante da Economia Brasileira. A viabilidade e a sustentabilidade da bovinocultura de leite estão, diretamente, relacionadas com a alimentação das vacas leiteiras. Por isso, o setor busca alternativas de coprodutos advindas das agroindústrias, com potencial nutricional de substituir os cereais convencionais, como milho moído e farelo de soja, principais fontes de energia e proteína desses animais.

 

Foi pensando nisso que Aline Cruz, egressa do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia (PPZ), realizou sua tese sobre alimentação alternativa para vacas de leite, intitulada “Torta de dendê na alimentação de vacas lactantes confinadas”. A torta de dendê é um produto resultante da polpa seca do dendê, após moagem e extração do seu óleo. “Os principais benefícios ao usar a torta de dendê na dieta de vacas lactantes são a concentração de proteína, que é um nutriente de alto custo e de grande importância para a manutenção e o desempenho produtivo dos bovinos, e, ainda, pelo seu alto teor de extrato etéreo, apresentando grande potencial nutricional e redução dos custos de produção”, explica Cruz. Após ser analisada a composição química da torta de dendê em relação à energia, proteína, fibra e óleos, foram testados níveis crescentes de inclusão na dieta das vacas.

 

Assim, de acordo com o professor Fabiano Ferreira da Silva, vinculado ao Departamento de Tecnologia Rural e Animal (DTRA) e orientador da pesquisa, para vacas de média produção, que giram em torno de 15 a 20 quilos de média, pode ser incluída na dieta entre 10% e 12% da ração. “Nós sabemos que, até esse nível, o desempenho é semelhante quando se tem só milho e soja. Acima desse nível, o consumo das vacas pode cair e, consequentemente, reduzir a produção”, esclarece o professor. Uma vez comprovada a viabilidade dos coprodutos em dietas para vacas leiteiras, é possível ter uma influência positiva ou negativa nos custos de produção. Por isso, Cruz alerta que, antes de tomar qualquer decisão, é necessário que o produtor avalie alguns pontos, como o nível de produção e de inclusão e o preço de aquisição e distância da propriedade em que se encontra o local de compra do coproduto. “Isso significa que o produtor terá mais conhecimento sobre alternativas de alimentos que possam ser utilizados na alimentação do seu rebanho”, frisou Cruz.

 

O orientador defende que o conhecimento produzido na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia é muito importante para auxiliar os produtores a ter opções de alimentação e proporções que devem ser usados na nutrição do animal. “O produtor pode ter a certeza de quanto pode utilizar, o quanto pode entrar na dieta, na ração dos bovinos. Isso auxilia, porque em vários momentos, devido à concorrência, pode haver uma elevação no preço do milho e da soja”, lembra o professor. Além do impacto econômico, a utilização de alimentos alternativos para as vacas leiteiras refletem positivamente no meio ambiente. Isso porque haverá uma diminuição do descarte incorreto do coproduto do dendê na natureza.

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