Sucesso total, última noite do Arraiá da Conquista teve mais de oito horas de forró*

 


Pouco depois das 19h de domingo (26) começava a última noite do Arraiá da Conquista – A Tradição Volta por Cima – e o forró animado durou até quase 4 horas de hoje (27), na noite mais fria entre as quatro do São João no Centro Cultural Glauber Rocha.

O Glauber lotou e o povo não arredou o pé até ver as duas últimas atrações subirem no palco: o paraibano de coração conquistense Rony Barbosa e o cearense Leonardo de Luna. Um pouquinho antes das 2 da madrugada, Rony, com sua sanfona e toda sua animação, entrou no palco entoando o forró “Só o filé”, de Matruz com Leite, e depois cantou outros clássicos contemporâneos, a exemplo de “É de dar água na boca”, de Nando do Cordel, e “Nem se despediu de mim”, do rei Luiz Gonzaga.

Já eram 2 horas quando o povo gritou “começou o forró”, título de uma das músicas de Rony bastante conhecida. A animação só fez uma pausazinha para ele convidar ao palco a Companhiade Dança Raiz do Nordeste, que já havia feito um belo espetáculo na segunda noite (24), e aí foi mais empolgação com as músicas “Gemedeira”, de Amelinha, “Fogaréu” e “Que força é essa”, de Chiclete com Banana. E o ritmo mais acelerado durou até o fim, fazendo o clima esquentar.

“Pra gente não tem explicação, porque é um evento que a gente ama participar, sempre almejamos por isso. Conquista é um celeiro musical muito forte e eu faço parte dessa história, meus pais, meus avós. Então, para mim é muito prazeroso chegar aqui, depois de dois anos, e ver essa multidão é muito bom”, comentou emocionado Rony Barbosa.

Às 3 horas da manhã a neblinazinha começava a chegar, depois de quatro noites dias de festa. Naquela hora, Leonardo de Luna, com seu violão e acompanhado de sanfoneiro, zabumbeiro, triangueiro e até flauta transversal, guitarra, baixo e bateria, desfiou um roteiro musical com músicas de Espuma ao Vento, de Fagner, Tareco e Mariola, de Flávio José, Sabiá, de Luiz Gonzaga e Manga Rosa, de Alceu Valença.

Mas, como bom compositor que é, com canções gravadas por Flávio José, Alcymar Monteiro, Jorge de Altinho e Frank Aguiar, na “turnê nordestina” ele improvisou Vitória da Conquista no meio da música e ganhou o público, que ficou para prestigiar o cearense em plena madrugada de segunda-feira. “Ô friozinho bom, rapaz. O clima é frio, mas o calor humano aqui é maravilhoso. Para mim é uma alegria poder estar aqui no Arraiá da Conquista”, falou o cantador, ganhando ainda mais a admiração da plateia.

E quando ele terminou o show, encerrando o evento, com o público ali, colado, confirmou que depois de dois anos sem São João, o Arraiá da Conquista e toda a sua tradição voltaram por cima.

Antes teve Flor de Imbuia, Lucy Alves e Edigar Mão Branca

Antes, o grupo Flor de Imbuia, composto apenas por mulheres, fez uma abertura digna de um grande evento de São João e abriu o caminho para outra mulher fazer o público delirar: Lucy Alves.

Em um só coro, o público vibrou e acompanhou música a música a cantora, que agradeceu a receptividade do público: “Vitória da Conquista, que energia linda a de vocês. Vocês são demais! Só tenho a agradecer. Um cheiro para todos! Foi muito bom estar aqui”.

Depois, o Centro Cultural Glauber Rocha foi tomado pela nação forrozeira que admira Edigar Mão Branca.“O maior forrozeiro do Brasil” – como o definiu o secretário de Cultura, Xangai –falou da saudade. “A gente volta querendo cantar e fazer bonito como sempre. Estou muito feliz por estar aqui”, declarou Mão Branca.

E Vitória da Conquista também está alegre pelos festejos e já com saudade deste São João, mas com a fé de que ele volta ano que vem ainda mais animado.

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