Nesta sexta-feira (12), ele demitiu Leonardo Gaciba da presidência da Comissão de Arbitragem após a série de erros dos árbitros em campo, sendo a gota d’água as falhas cometidas pelo juiz Vinícius Gonçalves Dias Araújo no jogo entre Flamengo e Bahia, no Maracanã. O cargo será de Alício Pena Júnior até o final do Brasileirão. Ao site ge.globo, o dirigente baiano falou das mudanças que pretende fazer.
“Vai ser muito ampla a reestruturação da arbitragem brasileira. Queremos fazer de uma forma muito drástica, para dizer assim, no bom sentido da palavra, que possa ser para melhoria. Tanto que nessa reta final o novo presidente, interino, o Alício Pena Júnior, já foi determinado que ele vai concentrar todos os árbitros na Granja Comary para treinamentos, para corrigir situações e critérios para que possamos ter uma arbitragem cada vez mais qualificada. Esse é o objetivo para que possamos, a partir do término da competição, iniciarmos a reestruturação e chegarmos nas competições em 2022 com uma nova sinalização na arbitragem brasileira”, afirmou.
Dentre as mudanças que serão feitas está a redução do quadro de árbitros. No momento, 38 juízes apitam a Série A, mas esse número deverá cair para 30. A ideia é diminuir a elite de árbitros na reta final da competição para evitar novos erros. Aliado a isso, Ednaldo quer muito debate e discussões para descentralizar o a comissão de arbitragem.
“A reestruturação passa por alguns pilares, como não ter um comandante individual. Tem que ter comandos compartilhados para que tenhamos todos decidindo em prol de uma arbitragem mais qualificada. Isso não quer dizer que, para fazer uma escala, todos tenham que dar opinião. Mas ela tem que ser muito fiscalizada e dividida, para que erros não aconteçam da forma que está acontecendo”, comentou.
Alício Pena Júnior assumiu o cargo que era de Gaciba de forma interina até o encerramento do Brasileiro. Ednaldo pretende encontrar um nome definitivo para a temporada de 2022.
“Eu diria que o perfil que procuramos é de um diretor de arbitragem que cuidaria de todas as questões administrativas e dividiria a parte técnica e psicológica para que os árbitros estejam bem orientados e qualificados em todos os sentidos. Queremos que tenha não quantidade, mas qualidade”, contou.
O atual mandatário da CBF garantiu que as mudanças não afetarão o VAR. A ferramenta tecnológica seguirá sendo utilizada nos jogos do futebol brasileiro.
“É importante, por mais que demore em uma correção, mas sendo certa e corrigindo um erro, já justifica. Porém, ele tem que ser melhor treinado e de uma forma mais rápida para que possamos não trazer transtorno e o VAR atuar só quando é de direito, e não de uma forma que é hoje, que praticamente tem uns que, com todo o respeito, querem apitar o jogo”, disse. “Nós respeitamos todos os posicionamentos de qualquer dirigente e até torcedores, esse é meu modo de encarar as coisas, vamos procurar trabalhar com tudo aquilo que temos de críticas construtivas, nossa resposta é exatamente respeito à opinião de cada um”, finalizou.
Ednaldo Rodrigues assumiu a presidência da CBF após o afastamento de Rogério Caboclo do cargo, que foi denunciado de assédio moral e sexual por uma funcionária da entidade. Ele foi suspenso até março de 2023, um mês antes do fim do mandato, por integrantes da Assembleia Geral que acataram a pena sugerida Comissão de Ética.