Cerca de 56 funcionários de uma fazenda de café de Pedregulho (SP), dentre eles dez menores de idade, foram encontrados em situação análoga à escravidão. Por meio de uma denúncia anônima, os auditores fiscais do trabalho do Ministério da Economia chegaram ao local. As investigações do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal começaram em 6 de junho. Os trabalhadores são do município de Aracatu, Sudoeste da Bahia. Eles trabalhariam na safra do café, mas não havia prazo para retorno ao Estado de origem. O dono da fazenda não foi preso, mas ele responderá pelos crimes de sonegação, aliciamento de trabalhadores e tráfico de pessoas. Os trabalhadores já estavam em dívida com o fazendeiro pois houve desconto no valor final do salário, retido até o término da colheita, das passagens de ida e volta, no valor total de R$ 230.
Foto: Divulgação l MT
Durante inspeção nos locais de trabalho e alojamento, os auditores fiscais encontraram situações precárias de higiene, repouso e alimentação. Os trabalhadores faziam as necessidades fisiológicas a céu aberto, entre os pés de café ou em matos próximos e sem o fornecimento de papel higiênico. Em um dos alojamentos, os ficais constataram que 26 pessoa dividiam o mesmo banheiro sem higienização do ambiente. Ainda na quarta-feira, os 56 trabalhadores tiveram o vínculo de emprego regularizado, com registro na Carteira de Trabalho e pagamento das verbas rescisórias, no total de R$ 220 mil. Também foram emitidas guias que asseguram o recebimento de três parcelas de um salário mínimo (R$ 1,1 mil) para cada empregado. Os trabalhadores retornaram à Aracatu