Vitória da Conquista, terceira maior cidade da Bahia, já teve períodos de forte representatividade na política estadual e nacional. No entanto, nos últimos anos, essa influência tem diminuído, resultado de uma falta de estratégia de longo prazo por parte das lideranças locais. Agora, a prefeita Sheila Lemos enfrenta o desafio de consolidar sua liderança e reverter esse cenário.
O histórico da representatividade política de Conquista
Nas últimas três décadas, Conquista viveu momentos distintos na política. Durante o chamado Pedralismo, sob a liderança do ex-prefeito José Pedral Sampaio, a cidade elegeu até três deputados federais e manteve uma presença forte na Assembleia Legislativa. Elquisson Soares, Raul Ferraz, Coriolano Sales e Vonca figuravam entre os nomes de destaque. Mesmo na oposição, Clóvis Assis teve um papel relevante na viabilização de projetos estruturantes para a cidade.
Já no período de domínio do Partido dos Trabalhadores (PT), a representatividade ficou restrita a poucos nomes. O ex-prefeito Guilherme Menezes chegou a deputado federal e depois foi sucedido por Waldenor Pereira. Na Assembleia Legislativa, Zé Raimundo manteve a liderança, enquanto Fabrício Falcão seguiu um caminho independente. O chamado Guilhermismo centralizou o poder, dificultando o surgimento de novas lideranças e contribuindo para a redução da influência política de Conquista.
O desafio de Sheila Lemos: construir um grupo forte
Para evitar que Conquista continue sem representatividade significativa, Sheila Lemos precisa consolidar um grupo político sólido, capaz de garantir presença tanto na Assembleia Legislativa quanto no Congresso Nacional.
A prefeita já demonstrou habilidade em formar alianças, mas o grande desafio será ampliar a representatividade do seu grupo, fortalecendo novas lideranças e garantindo que a cidade tenha peso político nas grandes decisões da Bahia e do Brasil.
Se conseguir estruturar esse projeto, Sheila Lemos pode se tornar a maior liderança política de Vitória da Conquista nas últimas décadas. Caso contrário, sua gestão poderá ser apenas mais um capítulo no isolamento político da cidade.
