Na Avenida Presidente Vargas, o asfalto já não é mais o mesmo. As promessas de duplicação, que deveriam ter sido cumpridas em 2023, se arrastam como um filme de terror sem fim. E, como em todo bom filme de terror, as vítimas são reais.
Na última sexta-feira (21), o trabalhador Gidelvan Lemos de Oliveira, de 37 anos, perdeu a vida enquanto realizava a marcação da pista. Um rolo compactador, subindo de ré, não o viu a tempo. O Samu 192 chegou, mas já era tarde. O operador da máquina, em estado de choque, foi conduzido à delegacia para prestar depoimento. A tragédia, porém, não é novidade. No ano passado, outros dois acidentes fatais ocorreram na mesma via.
Moradores como Alexandre Ribeiro, auxiliar de serviços gerais, denunciam a imprudência dos motoristas e a falta de sinalização e iluminação. “Tem gente que dirige aqui como se fosse uma pista de Fórmula 1. A velocidade é alta, e os motoristas não respeitam quem está transitando pelo local”, afirma.
A falta de sinalização tem gerado confusão no trânsito, dificultando a circulação de veículos. Linhas de ônibus foram retiradas, e os passageiros ainda não têm previsão de retomada do serviço. “Muitos estudantes precisam caminhar longas distâncias por áreas mal iluminadas para pegar transporte. A insegurança é grande”, afirma Dina Teixeira, subsíndica.
O Governo do Estado informou que a obra será concluída ainda este ano. No entanto, diante de tantos adiamentos, os moradores seguem sem uma resposta definitiva e cobram providências urgentes para garantir mais segurança e melhorias na mobilidade da região.
É um retrato da indiferença. Obras que se arrastam, vidas que se perdem, promessas que se desfazem. E, no meio disso tudo, a população segue esperando por um futuro que nunca chega.