Momento Histórico: Jesulindo de Oliveira é integrado à galeria de ex-gestores de Vitória da Conquista

Em cerimônia realizada no final da tarde desta sexta-feira (24), na Casa Memorial Governador Régis Pacheco [Luís Régis Pacheco Pereira | 1895 – 1987], o nome e o retrato do farmacêutico, comerciante e ex-intendente municipal, Jesulindo de Oliveira, falecido há 67 anos, estão oficialmente integrados à galeria de ex-gestores de Vitória da Conquista. Farmacêutico de formação, mas também comerciante e empreendedor com múltiplos investimentos, Jesulindo ocupou o cargo de gestor interino durante a ausência do titular, o então intendente Ascendino dos Santos Melo ao mesmo tempo, em que era empossado como membro do então Concelho Municipal [atual Câmara Municipal de Vitória da Conquista]. A fotografia emoldurada do ex-intendente, descerrada e exposta após o encerramento da cerimônia, será afixada numa das paredes em caráter provisório, enquanto o artista plástico Orlando Celino produz a pintura definitiva, em acrílico sobre tela, seguindo o mesmo padrão dos outros quadros que compõem a galeria.

 

“Hoje eu vim para ter contato com a família e conhecer o retrato de época, para dali eu transpor em desenhos e cores o retrato definitivo que fará parte do acervo”, informou o artista plástico Orlando Celino, autor dos retratos que mostram os cidadãos que geriram os destinos do Município de Vitória da Conquista, desde o primeiro intendente, Joaquim Correia de Melo, até o mais recente, Herzem Gusmão Pereira. Depois da execução do Hino à Vitória da Conquista, numa versão do violinista Douglas Ernesto Marchan, os participantes da solenidade se reuniram aos familiares de Jesulindo para celebrar a entronização do novo personagem na galeria de ex-gestores. “Hoje, fazemos uma retrospectiva e um ajuste na história de Vitória da Conquista. Uma sociedade que não respeita a sua própria história não tem um futuro muito próspero”, declarou a prefeita Ana Sheila Lemos Andrade. “Em vez de vocês me agradecerem, eu é que agradeço à família Oliveira por tudo o que vocês fizeram pelo município, desde a década de 1920”, complementou a gestora. Um dos netos do homenageado, o empresário Carlos Alberto Oliveira Neto, agradeceu à Gestão Municipal e à Câmara pelo que considerou “um reparo histórico”.

“Esta é uma tarde muito feliz, não só para mim e para a minha família, mas também para Vitória da Conquista”, argumentou o descendente de Jesulindo, que descreveu o avô como “antes de tudo, um pacifista”, conhecido pela “capacidade de fazer o entendimento” e pela forma como tratava os clientes, sobretudo aqueles dotados de menor poder aquisitivo. “Ele doava boa parte dos medicamentos. Vivia com pouco dinheiro, mas com uma enorme legião de amigos”, garantiu Carlos Alberto, para quem o avô podia ser considerado um legítimo conquistense, por adotar Vitória da Conquista, após passar por Palmas de Monte Alto, Guanambi e Salvador. “Ele trazia Conquista no peito. E o amor por sua gente”, descreveu. Autor da proposta que culminou com a entronização do nome de Jesulindo de Oliveira no rol dos ex-gestores municipais, o vereador Luís Carlos Batista de Oliveira também fez menção a uma mudança de enfoque em relação a determinados personagens da história conquistense.

 

“Meus parabéns à prefeita Sheila, pois hoje nós começamos a fazer um ajuste na história de Vitória da Conquista e a consertar um erro que já era para ter sido consertado há muito tempo”, avaliou Luís Carlos Dudé, a respeito do esforço por reconsiderar os feitos de pessoas que, segundo ele, “colaboraram com o crescimento e o avanço da cidade”. Outro que se reivindicou como um tributário dos encantos de Vitória da Conquista foi o deputado federal Arthur de Oliveira Maia da Silva, também descendente de Jesulindo de Oliveira, e, por sinal, condecorado oficialmente com o título de Cidadão Conquistense. “A memória mais antiga que eu tenho na vida é nessa praça aqui”, garantiu, apontando para a Praça Tancredo Neves, em frente à Casa Memorial Régis Pacheco. “Este lugar toca profundamente a minha alma”, disse ainda o parlamentar. Segundo Maia, o alegado perfil conciliador de Jesulindo também foi repassado a seus descendentes. “Essa palavra, conciliação, talvez seja o maior sinônimo dessa família”, defendeu. “E não há dúvida de que é uma qualidade que o mundo precisa”, concluiu.

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