Muito se tem falado do estado de saúde do Faustão, que espera na fila para fazer um transplante de coração. Este é o momento para lembrar a importância da doação de órgãos, um doador pós-morte encefálica, pode salvar mais de oito vidas.
Atualmente, mais de 65 mil pessoas estão na fila de transplante de órgãos no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. O número é um dos maiores dos últimos 25 anos. Destas, 386 estão atualmente à espera de um coração, de acordo com a última atualização no site do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) feita na quarta-feira (16).
A recusa familiar é um dos principais entraves para a realização dos procedimentos. Apesar disso, o Brasil é o segundo país do mundo que mais realiza transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2021, foram feitos cerca de 23,5 mil procedimentos. Desse total, cerca de 4,8 mil foram transplantes de rim, 2 mil de fígado, 334 de coração e 84 de pulmão, entre outros. O país tem mais de 600 hospitais de transplantes autorizados.
Doação de órgãos e tecidos, no país, acontece somente após a autorização familiar. Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em uma lista de espera única, organizada por estado ou região, e monitorada pelo SNT. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os pacientes recebem assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante, pela rede pública de saúde.
O principal motivo que impede a doação de órgãos no Brasil, é a recusa familiar, de acordo com uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), 43% das famílias recusaram a doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica comprovada em 2021. Atualmente, mais de 59 mil pessoas estão na fila esperando por um órgão. Em 2022, mais de 45% das famílias não concordaram com a doação.
Embora a fila por um coração seja menor, a situação de Fausto é mais delicada porque:
O órgão é essencial à vida e temos apenas um. No caso do transplante de rim, por exemplo, são quase 37 mil pessoas aguardando na fila, mas, em tese, conseguir um doador pode ser mais fácil já que temos dois rins e é possível viver com apenas um.
A doação de coração só será possível a partir da morte cerebral de outra pessoa — e ainda dependerá de fatores como peso, altura e tipo sanguíneo. (CNN)