Ação humanitária contemplou famílias desalojadas e em situação de vulnerabilidade
A equipe da Defesa Civil passou a manhã deste sábado (17) envolvida em visitas de monitoramento a várias localidades urbanas e rurais de Vitória da Conquista. Além de monitorar a situação de locais afetados pelos efeitos das chuvas, o grupo realizou uma ação de assistência humanitária, entregando dez cestas básicas a famílias que se encontram desalojadas e em situação de vulnerabilidade.
Os mantimentos foram doados à Prefeitura pela Loja Maçônica Cavaleiros do Oriente. É a primeira ação de assistência humanitária a ser realizada após a prefeita Sheila Lemos assinar o Decreto nº 22.317, que declarou situação de emergência em Vitória da Conquista. A medida foi publicada no dia 15, em edição extra do Diário Oficial do Município.
Na zona urbana, a Defesa Civil esteve nos bairros Panorama e Lagoa das Flores. E, no interior do município, as áreas visitadas estão distribuídas por povoados como Lagoa do Juazeiro, Corta Lote, Vereda Grande, Caiçara e Itapirema, além do distrito de José Gonçalves.
Uma das famílias beneficiadas com a cesta básica foi a de Berlinda Macedo de Oliveira, moradora de Itapirema. No final do ano passado, ela viu sua casa ser alagada no período de Natal. Este ano, o alerta feito pela Defesa Civil evitou que a situação se repetisse. “Agradeço de todo o meu coração. Nós já passamos por essa situação duas vezes. E, nas duas vezes, eles estavam presentes para nos ajudar”, disse Berlinda.
Berlinda e a família vivem no povoado de Itapirema
“Eu ia passar o Natal com meus filhos, mais uma vez, dentro da água. A Defesa Civil me alertou para sair de lá de dentro. Eu escutei o que eles falaram e tirei logo os meus filhos de lá. E, agora, nós nem estamos podendo passar por lá, porque está tudo alagado”, contou a moradora.
Segundo a coordenadora municipal da Defesa Civil, Rosa Freitas, a ajuda por meio da doação de alimentos é importante para as pessoas que foram afetadas pelas chuvas, assim como também para aquelas que não dispõem de grandes recursos financeiros. “Elas se encontram hoje numa situação muito delicada. Estão fragilizadas, a maioria é composta por pessoas socialmente vulneráveis. A cesta básica ajuda essa população diretamente. O Governo para Pessoas é isso: executar ações que diminuem o impacto do desastre na vida dos nossos munícipes”, observa Rosa.
“Tiramos a manhã para visitar essas pessoas, porque o monitoramento é constante. Fazemos o momento de ajuda humanitária e também monitoramos toda a situação que venha a colocar essa população em risco”, complementou a coordenadora.
Cestas básicas foram doadas à Prefeitura pela Loja Maçônica Cavaleiros do Oriente
Zona rural teve mais chuvas do que a zona urbana
Até pouco antes do meio-dia, os pluviômetros monitorados pela Defesa Civil tinham registrado uma média de 8,55 milímetros de precipitação nas últimas 24 horas. Os locais com maiores índices foram o bairro Bruno Bacelar, onde a chuva chegou a 9,88 milímetros, e o Centro da cidade, cujo índice atingiu 9,27 milímetros.
De acordo com o presidente do Comitê de Gerenciamento de Crise, Kairan Rocha, as chuvas que caíram durante a noite foram amenas, mas a Prefeitura mantém as atenções voltadas, principalmente, para as regiões rurais que sofreram impactos maiores. “Na cidade, as chuvas da noite não trouxeram grandes impactos”, disse Kairan.
“Em José Gonçalves, choveu bastante durante a noite, e continuou chovendo pela manhã. Estamos identificando se existem casas com riscos e se é preciso fazer a retirada das famílias”, registrou o presidente do Comitê.
Barreiro permanece em monitoramento
Ainda segundo Kairan, a Prefeitura continua a monitorar a situação das chuvas na comunidade quilombola de Barreiro, localizada no distrito de Inhobim. Lá, durante as chuvas do final do ano passado, quase 60 pessoas foram resgatadas e levadas pela Prefeitura para um abrigo provisório na Escola Municipal Paulo Setúbal, na sede do distrito. O resgate foi possível graças a uma articulação entre o Governo Municipal e os governos Estadual e Federal, que garantiu a ida de dois helicópteros do Exército Brasileiro ao povoado para resgatar as pessoas desabrigadas.
No local, o motivo do estado de alerta é a barragem de Machado Mineiro, no norte de Minas Gerais. “Temos monitorado a barragem em Machado Mineiro. Eles têm aumentado constantemente a vazão, a defluência da água. Aumentou de ontem para hoje, e choveu na região”, informa Kairan. “Qualquer novidade, vamos entrar em contato com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil”, concluiu.