Referência no estado da Bahia em UTI neonatal e gestação de alto risco, o Hospital Municipal Esaú Matos possui uma equipe multiprofissional para acompanhar os bebês prematuros que nascem na unidade. Eles são assistidos pela neonatologia e, assim que recebem alta, são encaminhados para consultas periódicas com o pediatra. O hospital também possui uma Sala de Intervenção Precoce do Lactente de Risco que oferece atendimento com fisioterapeuta especializado para os bebês prematuros e para os bebês que possuem algum fator de risco para atraso no seu desenvolvimento. A intervenção precoce é considerada tanto uma estratégia de prevenção secundária quanto uma estratégia terapêutica.
Mães são orientadas sobre os cuidados
A fisioterapeuta do serviço, Juliana Lessa, explicou que, quando um bebê nasce prematuro, ele deixa de vivenciar experiências sensoriais e motoras que ocorrem no último trimestre de gestação. Essas experiências são fundamentais para que seu desenvolvimento neuropsicomotor ocorra de forma adequada. “A fisioterapia atua desde a UTI estimulando os bebês prematuros e orientando os pais para favorecer o desenvolvimento desses bebês. Após a alta esse trabalho deve continuar, por isso é importante que o bebê prematuro seja acompanhado”, explicou a fisioterapeuta.
Os bebês que nascem no Esaú Matos ou que são admitidos no Bloco Neonatal da unidade recebem esse acompanhamento. No momento da alta do Bloco Neonatal, o fisioterapeuta de plantão realiza a avaliação sensório-motora do bebê e analisa sua história perinatal. Seguindo critérios preestabelecidos, ele encaminha para a Sala de Intervenção Precoce ou, a depender do caso, para o Cemerf onde é realizado também o acompanhamento com outras áreas que não sejam a fisioterapia, como, a fonoaudiologia e a terapia ocupacional. Os demais, são acompanhados pelo próprio Hospital Esaú Matos.
Segundo a fisioterapeuta, o bebê prematuro naturalmente já possui condições que favorecem o atraso do seu desenvolvimento, por isso a intervenção com fisioterapia é um trabalho preventivo. “Estimulamos esse bebê para que o desenvolvimento dele aconteça da forma mais adequada possível, além de orientar os pais sobre como segurar o bebê, carregar no colo, trocar roupa, trocar fralda, estimular, brincar. Porque tudo isso favorece o desenvolvimento”, explicou. Estas orientações são transmitidas durante os atendimentos realizados na sala de Intervenção Precoce, como também em Rodas de Conversa, a exemplo da Roda “Meu bebê e a fisioterapia”, atividade que acontece com as mães do Alojamento Canguru, em parceria com o setor de Práticas Integrativas da FSVC. São realizados, em média, 25 atendimentos por semana.
O serviço de fisioterapia da sala de Intervenção Precoce do Hospital Esaú Matos estava suspenso e foi retomado em 2020, durante a gestão do prefeito Herzem Gusmão. Durante a pandemia, o serviço precisou novamente ser suspenso, sendo retomado no final de dezembro de 2021. A fisioterapeuta explicou que o acompanhamento é feito desde a avaliação inicial até quando a criança começa a andar. Os casos podem variar: “alguns bebês tem necessidade um acompanhamento semanal, outros quinzenal, outros duas vezes por semana e outros mensal, isso depende da evolução do bebê e do engajamento dos pais”, completou a Juliana Lessa.