Na manhã desta terça-feira (27), os bancários da Caixa Econômica Federal realizaram uma mobilização contra o sucateamento da instituição. O Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região esteve nas agências para esclarecer sobre os desmandos da direção do Banco e do Governo Federal que têm acelerado o desmonte da Caixa. O risco de privatização é real. O movimento sindical avalia que a abertura de capital (IPO) da Caixa Seguridade, marcada para esta quinta-feira (29), é o primeiro passo para a privatização do banco.
A subsidiária é uma das áreas mais lucrativas e estratégicas da CEF, tendo a terceira maior participação no mercado de seguros do Brasil, com 13,5%. Para se ter uma ideia do valor, basta saber que os três grandes bancos privados [ Bradesco, Itaú e Santander] não têm as ações de suas subsidiárias de seguros listadas em bolsa de valores.
A falta de bancários não é novidade. O déficit gerado pelos inúmeros programas de demissão voluntária já chega a 20 mil empregados a menos na empresa. A recomposição do quadro é fundamental para a qualidade do atendimento e para garantir condições de trabalho adequadas.
Para piorar, a direção do banco público ainda efetuou o pagamento da PLR Social em um valor menor do que o acordado. O Acordo Coletivo de Trabalho firmado com os bancários na Campanha Nacional determina o percentual de 4% como base do pagamento. Ao invés disso, o banco está fazendo com 3% do lucro líquido contábil.
Nesta conjuntura da pandemia da Covid-19, os funcionários da Caixa foram fundamentais ao país ao conseguir realizar o pagamento do Auxílio Emergencial, além de manter o fornecimento do FGTS, das pensões, do Bolsa Família e demais programas federais.
Contudo, a categoria ainda é desprezada pelo governo e não faz parte do grupo prioritário do Plano Nacional de Imunização contra o coronavírus. O movimento sindical compreende que vacinar os bancários é fundamental para a manutenção dos atendimentos nas agências, tendo em vista que esta é a única forma de preservar a saúde destes trabalhadores.
“Com essa mobilização pretendemos mostrar para sociedade os ataques que a Caixa Econômica vem sofrendo. São excessos que vão desde a venda da Caixa Seguridade até o pagamento menor da PLR. Todo esse processo de sucateamento prejudica tanto bancários quanto a sociedade. Por isso, a luta em defesa da Caixa, como banco público, deve ser uma luta tanto da categoria quanto da população”, considera Leonardo Viana, presidente do Sindicato.