Paródia escrita por Altamirando Rodrigues.

 


Dante Alighieri deve estar reeditando a Divina Comédia, com o Presidente Jair Bolsonaro protagonista e na ordem inversa: paraíso, purgatório e inferno.

No paraíso, Bolsonaro, além da sua musa real, Michelle Bolsonaro, contava com o apoio da deputada Joice Hasselmann, do deputado Alexandre Frota, do falecido senador Olimpío e os Ministros: Mandetta, Sérgio Moro, Santos Cruz e Gustavo Bebiano. Todos usavam manga longa. Vieram o óleo na Costa e as queimadas; as investigações e prisão de Fabrício Queiroz e início da pandemia. Os cidadãos mencionados, movidos pela vaidade e atiçados pela Globovírus, como diz no popular, colocaram as “manguinhas de fora” e transformaram o paraíso em purgatório.

Rodrigo Maia, que veladamente se opunha ao Presidente, passou a fazê-lo de forma escancarada, não só por meio de declarações na mídia e redes sociais, bem como, prevaricando, deixando de praticar Atos do seu Ofício como Presidente da Câmara, procrastinando a tramitação de Projetos e até trancando pauta, ao ponto de ensejar a caducidade da Medida Provisória que beneficiaria estudantes, além de se reunir furtivamente com membros de outro Poder e partidos políticos da esquerda, visando fomentar a prática de manifestações atentatórias à estabilidade do Governo.

De conduta semelhante, porém, de muito maior influência o Poder Judiciário que por imperativo constitucional deveria ser harmônico e independente, excede na sua independência, invade a competência dos demais Poderes, principalmente do Executivo e com recorrentes decisões pré-anunciadas e irônicas, como a do Ministro Marco Aurélio de Mello no julgamento do conflito de competência para a decretação de medidas relacionadas à Covid-19, entre o Presidente da República e Governadores, sucumbe a harmonia e ao invés de estabelecer o equilíbrio entre eles, os desequilibra e em consequência estimula o cidadão comum a subestimar a autoridade do titular de um deles, Comandante Supremo das Forças Armadas, o Presidente da República.

O meu ceticismo no fogo amigo de chama verde oliva, a cada dia se acentua. Portanto, acredito que o Presidente Jair Bolsonaro está, não no imaginário inferno de Dante, mas, no seu INFERNO real e sem Virgílio para o guiar.

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