A economia brasileira terminou 2020 com o maior tombo em 25 anos, quando começou a série histórica do IBGE. O Produto Interno Bruto encolheu 4,1%. A forma de calcular o PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil, era diferente da atual, que começou em 1996. Agora, pelos números medidos pelo IBGE, a economia brasileira despencou 4,1%, o pior resultado em 25 anos, o que fez o Brasil sair de lista das dez maiores economias do mundo. No começo de 2020, a situação já não era das melhores e, quando veio a pandemia, em março, foi devastador.
A recuperação no terceiro trimestre e nos últimos meses do ano não foi suficiente para reverter o estrago. O setor de serviços, que tem grande peso no resultado da economia, caiu 4,5%. O governo federal criou o Pronampe, programa de ajuda a pequenas empresas afetadas pela pandemia, mas empresários criticaram a dificuldade de acesso. Com as demissões e as dificuldades impostas pela pandemia, os brasileiros foram obrigados a segurar o bolso como nunca. O consumo das famílias, que também tem influência sobre o PIB, teve o pior resultado das últimas duas décadas. É a maior queda desde o início da série histórica, e isso com o auxílio emergencial, que injetou R$ 250 bilhões na economia. A indústria também teve uma queda forte em 2020. Em 2020, a indústria brasileira encolheu 3,5%. Construção e indústria de transformação tiveram as maiores quedas. O segundo semestre trouxe alguma recuperação. As importações despencaram 10% em 2020. As exportações caíram bem menos: 1,8%. As vendas brasileiras para o exterior não foram piores porque a China, nosso principal parceiro comercial, se reergueu logo da pandemia e também ajudou nossa agropecuária a ser o único setor que ficou no positivo em 2020. As taxas de investimento e de poupança ficaram acima das registradas no ano anterior proporcionalmente ao PIB. Para 2021, economistas reforçam que o Brasil precisa acelerar a vacinação e, ao mesmo, tempo ajustar as contas públicas. “O orçamento de 2021 ainda não foi votado, a nossa situação fiscal é muito difícil, o risco Brasil está alto. Mesmo que não houvesse a pandemia, a situação econômica brasileira é difícil. A pandemia é mais um fator que vai atrapalhar 2021”, afirmou Emerson Fernandes Marçal, economista da FGV.