O Vaticano declarou nesta segunda-feira (2) que a declaração do Papa Francisco, feita em um documentário no mês passado, foi retirado do contexto e não sinaliza uma mudança na doutrina da Igreja Católica sobre apoio a casamento homossexual.
O documentário, “Francesco”, que estreou no festival de cinema de Roma em 21 de outubro, ganhou destaque na imprensa por um comentário no qual o papa afirma que os homossexuais têm o direito de pertencer a uma família e que leis de união civil que abranjam os homossexuais são necessárias.
Os comentários do Papa foram bem recebidos por liberais. Já os conservadores, pediram esclarecimentos urgentes. Na semana passada, a Secretaria de Estado do Vaticano silenciosamente enviou uma “nota explicativa” aos seus embaixadores, que a enviaram aos bispos.
A nota foi relatada pela primeira vez pelo biógrafo papal Austen Ivereigh. Uma fonte do Vaticano confirmou na segunda-feira (2) e o embaixador do Vaticano no México postou em sua página do Facebook.
O diretor do documentário, o russo Evgeny Afineevsky, cidadão americano, disse a repórteres que entrevistou o Papa, mas os jornalistas mais tarde encontraram a filmagem em uma entrevista de 2019 para a mexicana Televisa. Alguns não foram transmitidos anteriormente.
O diretor do filme se recusou a discutir o processo de edição e não comentou o posicionamento do Vaticano. O Vaticano disse que na primeira citação, o Papa se referia ao direito dos homossexuais de serem aceitos por suas próprias famílias como filhos e irmãos.
A nota afirma que o documentário corta comentários em que o Papa expressa oposição à oposição ao casamento homossexual e deixa claro que está se referindo às leis da união civil, que alguns países promulgaram para regulamentar benefícios como saúde. “É claro que o Papa Francisco estava se referindo a certas disposições do Estado e certamente não à doutrina da Igreja, que ele reafirmou inúmeras vezes ao longo dos anos”, disse a nota.]
Segundo o Vaticano, a Igreja Católica ensina que as tendências homossexuais não são pecaminosas, mas os atos homossexuais são, e que os homossexuais devem ser tratados com respeito.