OMS, Unicef e Unesco apelam aos governos para que coloquem a abertura de escolas, e não bares e eventos de massa, como prioridade. Segundo as entidades, não existem evidências suficientes ainda para declarar que foi a reabertura de escolas que agravou a transmissão da covid-19 em uma comunidade, desde que as medidas de proteção e de saúde forem adotadas. A constatação faz parte do novo guia publicado na segunda-feira (14) pela OMS, Unesco e pela Unicef sobre a retomada das aulas e o papel do sistema de ensino em meio a uma pandemia.
Mas qualquer decisão de reabrir as escolas precisa ser seguida por um detalhado plano de preparação do local e estratégias para as diferentes idades de alunos. No centro do debate está a taxa de transmissão local da doença. Mas as entidades deixam claro aos governos que “fechar escolas deve ser considerado apenas quando não existem outras alternativas”. “Na linha de frente de todas as considerações e decisões deve estar a continuidade da educação das crianças para seu bem-estar geral, saúde e segurança. No entanto, todas as decisões terão implicações para as crianças, pais ou cuidadores, professores e outros funcionários e, mais amplamente, para suas comunidades e sociedades”, destaca o novo guia. As crianças representam cerca de 8,5% dos casos relatados globalmente, e muito poucas mortes. “Em contraste, o fechamento de escolas tem claros impactos negativos na saúde, educação e desenvolvimento infantil, na renda familiar e na economia em geral”, pondera a OMS. “Os governos nacionais e locais devem considerar priorizar a continuidade da educação, investindo em medidas abrangentes e em várias camadas para evitar a introdução e maior disseminação do SARS-CoV-2 em ambientes educacionais, enquanto também limitam a transmissão em toda a comunidade”, defende. A OMS admite que o papel das crianças para a transmissão do SARS-CoV-2 permanece incerto. “As crianças pequenas parecem ter menor suscetibilidade à infecção do que os adultos, sendo que a suscetibilidade geralmente aumenta com a idade”, diz. “Crianças menores de 10 anos parecem ser infectadas com menos frequência do que adultos e adolescentes, enquanto a epidemiologia entre adolescentes é mais parecida com a dos jovens adultos”, aponta. “As evidências atuais de rastreamento de contato e investigações de agrupamento também sugerem que as crianças são menos propensas do que os adultos a serem os principais transmissores da infecção”, explica a entidade.