Na Bahia, mulheres trabalham 4 horas a mais do que homens por semana

Mesmo quando têm um trabalho remunerado, mulheres que moram na Bahia ainda dedicam, em média, muito mais tempo aos cuidados domésticos com a casa e outras pessoas do que os homens, estejam eles empregados ou não. O indicativo foi revelado nesta quinta-feira (4) entre os destaques da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) 2019 do IBGE.

Na Bahia, em 2019, as mulheres ocupadas que disseram realizar afazeres e cuidados, trabalhavam “fora” em média 32,4 horas por semana e ainda dedicavam outras 18,3 horas semanais à casa ou a outras pessoas.

Os homens ocupados que realizavam afazeres e cuidados, trabalhavam “fora” mais horas que as mulheres (37,4 horas ou 5,0 horas a mais), mas dedicavam à casa menos tempo que elas (9,4 horas ou 8,9 horas a menos).

Por isso, somando as duas cargas horárias, remunerada e não remunerada, as mulheres baianas ocupadas e que realizavam afazeres ou cuidados trabalhavam, em média, 50,7 horas por semana: 3,9 horas a mais do que os homens nas mesmas condições, que trabalhavam 46,8 horas semanais.
Essa diferença na Bahia era maior que no país como um todo.

No Brasil, as mulheres que tinham trabalho remunerado e realizavam afazeres e cuidados trabalhavam por semana um total de 53,3 horas, somando as atividades remuneradas e não remuneradas. Já os homens, nas mesmas condições, trabalhavam um total de 50,3 horas semanais (somando ocupação remunerada e afazeres/cuidados), ou seja 3,0 horas a menos.

DEDICAÇÃO AOS TRABALHOS DOMÉSTICOS
Além de haver menos homens realizando afazeres domésticos ou cuidados de pessoas na Bahia, o tempo semanal dedicado por eles a essas outras formas de trabalho tem se mantido, em média, pouco menos da metade do tempo dedicado pelas mulheres. Os números sustentam uma desigualdade que é histórica e não dá sinais recentes de superação.

Em 2019, as mulheres baianas de 14 anos ou mais de idade despendiam, em média, 20,9 horas por semana em afazeres domésticos ou cuidados de pessoas do domicílio ou parentes. Já os homens no estado dedicavam 9,9 horas semanais a essas tarefas: 11,0 horas a menos.

No Brasil como um todo, a situação era parecida. Enquanto as mulheres dedicavam, em 2019, uma média de 21,4 horas semanais a afazeres ou cuidados, os homens dedicavam 11,0 horas (quase metade, ou menos 10,4 horas).

Embora a diferença de tempo entre mulheres e homens se mantenha elevada na Bahia (11,0 horas é a 10ª maior diferença entre as 27 unidades da Federação), houve uma redução nessa diferença de 2017 (12,2h) para 2018 (12,1h) e 2019 (11,0h), fruto sempre do menor tempo dedicado pelas mulheres, não do aumento no tempo dos homens.
Entre 2018 e 2019, a diferença no tempo dedicado aos afazeres domésticos ou a cuidados de pessoas entre mulheres e homens diminuiu em 13 dos 27 estados brasileiros. A redução na Bahia (-1,1h) foi a maior, empatada com a verificada em Sergipe.

No ano passado, a Paraíba tinha a maior desigualdade nesse indicador, com as mulheres dedicando em média 13,4 horas a mais que os homens aos afazeres/cuidados, seguida por Sergipe (+12,4 horas) e Minas Gerais (+12,1 horas).
Por outro lado, Amapá (+5,2 horas para as mulheres), Amazonas (+ 6,7 horas) e Roraima (+7,5 horas) eram os estados menos desiguais.

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