A população carcerária brasileira triplicou desde o ano 2000 e atingiu 773.151 pessoas no primeiro semestre de 2019. Os dados inéditos, a que Revista Veja teve acesso, serão divulgados pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), ligado ao ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. No ano 2000, o primeiro da série histórica do novo levantamento do Depen, havia 232.755 presos em todo o país, embora o número de vagas existentes nas carceragens fosse de apenas 135.710. Até junho do ano passado, eram pouco mais de 461.000 vagas para abrigar os quase 800.000 detentos – as informações levam em conta presos em diversos regimes de cumprimento de pena e incluem até acusados contra os quais foram impostas medidas de segurança, como o autor da facada contra o então candidato Jair Bolsonaro, Adélio Bispo, nas eleições de 2018. A taxa de aprisionamento, índice que mede a quantidade de pessoas presas a cada grupo de 100.000 habitantes, saltou de 61 em 1990 para 367,91 no primeiro semestre de 2019. A cifra também é a maior da série histórica. “Não há muitos presos. A questão é o que você faz com o preso, e não a quantidade deles. O Brasil historicamente não fez muito bem o que deveria ter feito com os presos, que é coloca-los para trabalhar, tirar a ociosidade e construir vagas nas cadeias”, disse a VEJA o diretor-geral do Depen, Fabiano Bordignon. “O Brasil sempre foi muito negligente na criação de vagas para colocar o preso. [Os governos] Não fazem e por isso está igual o Rio de Janeiro agora”, afirmou.
População carcerária triplica em 20 anos; déficit de vagas chega a 312 mil
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