Flávio Bolsonaro comenta morte de miliciano na Bahia e cobra resolução

O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) comentou nesta quarta-feira (12) a morte do ex-capitão Adriano da Nóbrega, durante uma operação policial na Bahia. Bolsonaro pediu que a cremação do corpo seja impedida e que a morte de Adriano seja elucidada.

Esta é a primeira fala pública de alguém da família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a morte do ex-PM, acusado de chefiar uma milícia e suspeito de ter envolvimento com um esquema de rachadinha no gabinete de Flávio.

Na madrugada desta quarta, a Justiça do Rio impediu a cremação do corpo de Adriano, que havia sido pedida pela mãe e por irmãs do ex-policial. A cerimônia aconteceria às 10h no Crematório do Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro, mas foi cancelada.

“Infere-se que o óbito de Adriano não se deu por causas naturais. Ademais, não consta a cópia da Guia de Remoção de Cadáver e nem do Registro de Ocorrência, não sendo de se desprezar a possibilidade de vir a ser necessária a realização de diligência, a melhor elucidar a ocorrência. Acaso fosse deferida a cremação dos restos mortais de Adriano, inviabilizadas estariam eventuais providências a serem levadas a efeito pela autoridade policial”, diz a decisão.

Adriano foi homenageado duas vezes na Assembleia Legislativa do Rio por Flávio Bolsonaro. Ele é citado na investigação que apura a prática de rachadinha, que é o esquema de devolver parte do salário, no gabinete de Flávio, então deputado estadual. Ele também teve duas parentes nomeadas por Flávio.

Operação
Segundo a versão policial, Adriano reagiu com dois tiros quando os policiais chegaram na casa em que estava escondido – e, por isso, precisou ser morto. A Secretaria de Segurança da Bahia considera absurda a tese de que havia um interesse em matar o miliciano para “queimar arquivo”, como foi mencionado pelo próprio Adriano em relatos antes de ser morto.

Adriano foi morot em operação na Bahia (Foto: Reprodução)
A versão oficial também diz que Adriano foi atingido por dois tiros. Ele morreu após passar mais de um ano foragido, desde a deflagração da Operação Os Intocáveis pelos investigadores do Rio. Estava, desde dezembro passado, na Bahia.

Até o final de janeiro, Adriano alugava uma casa de luxo na Costa do Sauípe; depois, quando fugiu de uma tentativa de captura, seguiu para Esplanada, onde passou uma semana na casa de Leandro Guimarães, homem que organiza vaquejadas naquela região. Guimarães está preso na Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) de Salvador.

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