Além de se tornar o atual líder da facção Bonde do Maluco (BDM), o traficante Cristiano da Silva Moreira, o Dignow, ostenta também o título do bandido mais procurado da Bahia. Isso porque, a partir desta quarta-feira (18), o rosto dele estampa a carta “Às de Ouro” do Baralho do Crime, ferramenta criada pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) para auxiliar a busca dos criminosos procurados no estado.
Conhecido também como Maluco ou Azuado, Cristiano é procurado por tráfico de drogas com atuação no bairro de Brotas. Ele era o segundo homem do escalão da facção – subiu de posição após a morte de José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, em dezembro deste ano por policiais do Mato Grosso do Sul. O criminoso, que antes ocupava a carta 3 de Paus, assume agora a Às de Ouro, em substituição a Zé de Lessa.
A ascensão de Cristiano no BDM vem seguida de outras baixas significativas na facção, ocorridas durante operação da SSP-BA, deflagrada nesta terça-feira (17) nos bairros de Jardim de Alah, Pirajá, Campinas de Pirajá e Parque São Bartolomeu. Na ação policial, João Teixeira Leal, o Jão de Pirajá, líder do BDM em Pirajá, foi baleado dentro do Flat Jardim de Alah, na Avenida Octávio Mangabeira, Praia de Jardim de Alah. Socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), não resistiu aos ferimentos e morreu.
Número 3
Sobre Jão de Pirajá, o delegado Marcelo Sansão, diretor do Departamento de Combate ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil, disse que ele ocupava a terceira posição na hierarquia da organização criminosa, atuando como um dos grandes gerentes, responsável pela distribuição de drogas e armas em Pirajá e Parque São Bartolomeu e adjacências.
Sansão disse também que ele usava uma banda de pagode para lavar dinheiro da facção. Apesar de o delegado não revelar o nome da banda, o CORREIO apurou que Jão de Pirajá era dono da banda de pagode No Styllo.
A assessoria de comunicação do grupo informou que “a banda No Styllo é dele sim. Popularmente chamado de JJ Produções. Era empresário e também produzia shows com vários artistas”. A assessoria disse que ele produziu shows para bandas locais e nacionais.
Já em relação à lavagem de dinheiro, a assessoria da No Styllo disse que desde terça-feira (17) não consegue falar com a produção da banda e que por isso não tem uma nota oficial.
Segundo as investigações do Draco, Jão de Pirajá estava no crime há mais de 20 anos e o seu patrimônio vai além de casas, fazendas, apartamentos e carros em Salvador.