Dados divulgados na manhã desta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram um avanço no acesso ao ensino superior, principalmente por pretos e pardos, mas não aponta uma significativa redução na desigualdade em relação aos brancos.
Em 2018, pretos e pardos passaram a representar mais da metade de estudantes no ensino superior da rede pública, com 50,3%. Apesar do cenário positivo, eles seguem como minoria visto que são a maior parte da população brasileira (55,3%). Comparados a última pesquisa feita em 2016, os dados de abandono escolar também diminuiram entre jovens negros e pardos – de 30,8% para 28,8%, enquanto brancos tiveram evasão de 17,4% no ano passado.
Por outro lado, a diferença dos salários entre a população branca, que recebe em média R$ 2.796,00, e a de pretos e pardos, que tem rendimento médio de R$ 1.608,00, chega a 73,9%. Os brancos com ensino superior também ganham mais do que negros e pardos com o mesmo grau de escolaridade, cerca de 45%. Esta desigualdade reflete também nos cargos de maior hierarquia, como os de gerência. Os negros estão em apenas 29,9% deles.
Os dados, que podem ser acessados aqui, comprovam que há uma gama de outras questões que afetam mais os negros e pardos do que brancos no país, como os de acesso a coleta de lixo regular, tratamento de esgoto ou abastecimento de água.
VIOLÊNCIA
O IBGE trouxe também dados atualizados das taxas de homicídio da população de jovens (15 a 29 anos) pretos e pardos, que tem quase 3 vezes mais chance de serem mortos do que os jovens brancos. A taxa de mulheres pretas assassinadas é de 98,5 por cada 100 mil habitantes, enquanto a de brancas é de 34,0. Já na comparação entre homens, os pretos e pardos tem taxa de 185 a cada 100 mil, contra 63,5 dos brancos.
Fonte: Bocão News