Há quatro anos, o Brasil foi aos Jogos Pan-Americanos de Toronto com meta definida: encerrar a competição entre os três maiores medalhistas do continente. A equipe nacional alcançou o objetivo, terminando atrás de Estados Unidos e Canadá. Agora, o Time Brasil vai ao Pan de Lima, que tem início no dia 26, com olhar voltado não para as Américas, mas para o Japão. A ideia é aproveitar a competição no Peru para conquistar o máximo possível de vagas para os Jogos Olímpicos de Tóquio, marcados para 2020.
Os Jogos Pan-Americanos de Lima não são a principal disputa esportiva do ano para muitas modalidades – tanto que os Estados Unidos tradicionalmente enviam um “Time B” -, mas em algumas delas são um bom caminho para obter a classificação para a Olimpíada. É isso que o Comitê Olímpico do Brasil (COB) mira.
“A meta do COB para o Pan é classificação olímpica. Estamos atrás de vagas para os Jogos em algumas modalidades, de forma direta ou através de benefícios que uma boa colocação no Pan pode trazer”, disse ao Estado Jorge Bichara, diretor de Esportes do comitê.
Em 2016, o Time Brasil teve sua maior equipe na história dos Jogos, com 465 atletas. O número, porém, foi bem acima do que tradicionalmente a equipe nacional leva para uma Olimpíada e isso não vai se repetir no ano que vem. “Esse número de participantes que o Brasil teve nos Jogos do Rio não vai ser superado nas próximas edições dos Jogos Olímpicos. A gente tinha vaga garantida até em esportes em que o Brasil não tem tradição”, explica Bichara. “Devemos retomar o patamar (das edições anteriores), que deve ficar entre 250 e 300 atletas. Os esportes coletivos têm peso, e dentro do Pan as classificações do handebol e do polo aquático vão ter impacto.”
Os dois esportes dão apenas uma vaga para Tóquio, e a tendência é de briga dura. “No handebol, a gente tem duelos interessantes, e basicamente com os mesmos países. O feminino disputa vaga com Argentina e Cuba, e tem um pouco mais de favoritismo do que o masculino”, avalia o diretor do COB. “(Entre os homens) Há disputa dura com Argentina e Cuba.”
A vaga no polo aquático é vista como mais difícil. “O masculino tem nos EUA e Canadá seus rivais. No feminino, as americanas já estão classificadas porque venceram o Mundial, mas vão ao Pan com um time forte. A vaga, então, deve ser pelo segundo lugar, entre Canadá, Cuba e Brasil, mais abaixo”, pondera. O País ainda vai usar Lima como ponte para Tóquio no hipismo.
Fonte: A Tarde