Mulher é acusada de furto em farmácia de shopping em Salvador e desabafa: ‘Tragédia racista’.

Ela precisou abrir a bolsa, duas horas depois de ter passado pela loja, para o funcionário constatar que não havia furtado o produto. A assessora de eventos Maria Angelica Calmon, de 54 anos, usou as redes sociais para denunciar ter sido acusada de furto por um funcionário da farmácia Drogasil do Salvador Shopping. O caso ocorreu no último dia 17 e compartilhado no domingo (5).

“Seu racista, mentiroso, preconceituoso”, desabafou ela, no centro comercial, depois de precisar abrir a bolsa, quase duas horas depois de ter passado pela loja, para o funcionário constatar que não havia furtado o produto.

“Esperei passar o susto, melhorar o meu estado emocional, recuperar a minha autoestima, que estava em frangalhos, para compartilhar esta tragédia racista e caluniosa, que aconteceu comigo e a minha neta de 7 anos”, disse Maria Angelica.

Ela conta que tinha entrado na loja para encontrar a mãe, a filha e a neta, que estavam lá para comprar remédios. Depois de sair da farmácia, ela foi a algumas lojas e ao parque infantil, onde foi abordada pelo funcionário, que a acusou de furtar um Bepantol.

Depois de negar ter cometido o furto, o funcionário respondeu que tinha certeza, pois a teria visto por meio das câmeras da farmácia.

“Abri a bolsa, coloquei tudo no chão, de forma que ele pudesse ver todo o conteúdo da minha bolsa. Quando ele viu que não tinha nada, disse para mim: ‘Não precisava disso’. E saiu em disparada. Nesse momento, saí do sério e comecei a gritar: ‘Seu racista, mentiroso, preconceituoso, vou processar vocês, isto é crime de injúria e calúnia’, relatou.

Depois que ela gritou, dois seguranças do shopping se aproximaram. “Enquanto eu estava sendo exposta, junto com a minha neta, ninguém apareceu, nem prestou qualquer tipo de auxilio ou ajuda”, reclama.

A assessora de eventos prestou queixa no Centro de Atendimento ao Cliente do Salvador Shopping, na 16ª Delegacia e entrou com um processo criminal.

Ela afirma que o Salvador Shopping se negou a fornecer as imagens das câmeras pedidas por seu advogado. “Crime como este, acontecem todos os dias, não podem ficar impunes, temos que denunciar, fazer barulho!
Vamos dizer não a qualquer tipo de preconceito”, disse Maria Angelica.

Em nota, a administração do Salvador Shopping alega que prestou assistência imediata e está acompanhando a situação junto à loja desde que a ocorrência foi registrada no Centro de Atendimento ao Cliente, seguindo à disposição das autoridades para esclarecimentos. A administração afirma ainda que “repudia qualquer atitude discriminatória por parte de lojistas e colaboradores”.

Já a rede de farmácias Drogasil declarou que “discorda veementemente da atitude do funcionário que abordou a Sra. Maria Angelica Calmon, como foi relatado. Este comportamento não reflete de forma alguma os valores da Drogasil. Pedimos desculpas à Sra. Angélica e informamos que a empresa está concluindo as averiguações e tomará as providências para que o fato não se repita”.

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