A defesa do senador Jaques Wagner (PT) deu entrada na manhã desta sexta-feira (29) em um pedido de investigação no Ministério Público da Bahia (MP-BA) contra o que classificou de “indústria de fake news”.
Segundo o advogado Pablo Domingues, responsável pela defesa do ex-governador, é necessária ação dos promotores e procuradores na identificação e punição dos autores dos constantes ataques virtuais.
“Essa é uma questão que desafia a Justiça na Bahia e no Brasil. A ação orquestrada de criação, divulgação e promoção de notícias falsas e de ataque pessoais, precisa ser coibida e devidamente punida”, comentou o advogado.
De acordo com Pablo Domingues, Wagner é alvo de campanhas difamatórias desde 2015. A equipe de monitoramento de internet e das redes do senador identificou nova onda de ataques desde a última terça-feira (26). “Um site especializado em fake news no Rio Grande do Sul posta a mentira, faz uso deturpado de informações sigilosas e aciona uma rede de divulgação que envolve blogs e páginas no país inteiro. Em seguida, entram em cena os bots (robôs) e haters (pessoas que postam e compartillham conteúdos de ódio), que proliferam o ataque nas redes sociais”, explicou.
A defesa do senador destacou ainda que uma série de páginas aparentemente de notícias, compartilham esses conteúdos para dar a impressão de veracidade dos fatos. Essas publicações, geram diferentes links e aumentam as citações nos sites de busca. O advogado informou que uma relação de páginas que proliferam esse conteúdo contra o senador foi anexada à peça jurídica protocolada no MP.
O advogado do senador lembrou a iniciativa do Supremo Tribunal Federal (STF), que instaurou inquérito para investigar fake news, ameaças e demais infrações caluniosas ou difamatórias, inclusive o vazamento de informações e documentos sigilosos. A investigação do STF também apura a existência de esquemas de financiamento e divulgação em massa nas redes sociais com o intuito de lesar o Estado Democrático de Direito.
Em manifestação no dia da instauração do inquérito, o decano do STF, ministro Celso de Mello, declarou que “não há virtude nem honra no comportamento daquele que, a pretexto de exercer a cidadania, degrada a prática da liberdade de expressão ao nível primário (e criminoso) do insulto, do abuso da palavra, da ofensa e dos agravos ao patrimônio moral de qualquer pessoa.”