Com reforço de militares do Brasil, fronteira com a Venezuela segue fechada pelo 13º dia

Segue fechada pelo 13º dia consecutivo nesta quarta-feira (6) a fronteira da Venezuela com o Brasil, em Pacaraima (RR). A expectativa era de que a passagem, bloqueada por ordem de Nicolás Maduro, fosse permitida a partir de quinta-feira da semana passada (28), o que ainda não ocorreu.

Do lado brasileiro há reforço de homens do exército desde a segunda (4). Eles montaram um posto de controle na BR-174 onde abordam quem entra ou sai do território brasileiro. É um ponto do percurso por onde passa quem burla o fechamento imposto por Maduro e atravessa a fronteira entre os dois países por rotas clandestinas no entorno da rodovia.

Na fiscalização do exército, os militares abordam e revistam quem entra ou sai do território brasileiro pela BR-174. O posto é semelhante a um outro que funciona na saída da cidade de Pacaraima e onde há revista de bagagens, carros e se exige a apresentação de documentos pessoais, incluindo aqueles comprovem o ingresso regular no Brasil.

Segundo o coronel do exército José Jacaúna, a medida visa reforçar a fiscalização entre os dois países e deve ser mantida até a reabertura da fronteira. Conforme a assessoria do Exército, a barreira dos militares “tem por finalidade coibir os delitos transfronteiriços em faixa de fronteira” e é feita por contingente que já estava na cidade.,

Fronteira fechada e reflexos em Pacaraima

O bloqueio entre os dois países já tem reflexos locais. Desde a sexta (22), quando a fronteira foi fechada pelo primeiro dia, as lojas começaram a fechar mais cedo em meio à falta de clientela e à preocupação de empresários, que agora já começam a pensar em demissões.

“Hoje a gente sabe quem é a população de Pacaraima e quem são os venezuelanos e a importância deles para o comércio de Pacaraima. Agora a gente vê que tem mudança. Aqui é lotado de gente, hoje não tem ninguém”, diz Regina Fontenele, que trabalha há 20 anos em Pacaraima.

O comércio não é o único afetado. A fronteira fechada também ameaça o início das aulas, marcado para esta quinta (7), para crianças venezuelanas que estudam em Pacaraima.

Segundo Abraão Oliveira da Silva, secretário de Educação de Pacaraima, a rede municipal de ensino, que retoma as aulas na próxima semana, tem 2.135 estudantes matriculados, dos quais 60% são venezuelanos e cerca de 200 vivem na cidade venezuelana fronteiriça.

A fronteira foi fechada na noite do dia 21 de fevereiro, menos de 48h antes do Brasil e EUA tentarem enviar uma remessa de medicamentos e comida ao país a pedido de Juan Guaidó, líder da oposição a Maduro e autoproclamado presidente da Venezuela.

Na segunda, Guaidó voltou à Venezuela para participar das manifestações contra o governo de Maduro. Ele foi recebido por uma multidão no Aeroporto de Maiquetía, que atende a capital, e depois foi até uma praça onde era esperado por seus apoiadores.

O retorno do opositor de Maduro contraria ordem judicial que o proibia de deixar o seu país. Durante a última semana, ele se reuniu com os presidentes de Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador.

Fonte: G1

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