Diante da repercussão do caso do empresário Crispim Terral, que acusa dois militares e um gerente da Caixa Econômica Federal de racismo, a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) vai entrar com uma representação no Ministério Público estadual. A ação foi proposta nessa terça-feira (26), na Comissão da Igualdade da AL-BA, pela deputada Olívia Santana (PCdoB).
“O caso envolve uma série de situações, é o racismo, o abuso do poder policial, uma situação absurda de uma guarnição policial acatar uma ordem de um gerente de banco contra um cliente. No mínimo ali, se havia dúvida por parte da polícia, [o certo] era levar os dois, mas entendendo a cidadania de ambos e garantindo que fossem pra delegacia ouvir os dois lados”, ressalta Olívia ao Bahia Notícias.
De acordo com ela, militantes do Movimento Negro também devem se dirigir ao MP-BA para demonstrar apoio à causa. Às 14h30, Terral e a parlamentar vão se reunir com a promotora Lívia Vaz para apresentar a representação contra a PM e a Caixa.
AGRESSÃO
O episódio denunciado por Terral aconteceu na terça (19) da semana passada, na unidade do Relógio de São Pedro. Na ocasião, ele se recusou a deixar o banco sem seu comprovante de transação, pois esperou mais de quatro horas por atendimento. Com isso, o gerente-geral, apontado como João Paulo, acionou uma guarnição da Polícia Militar para retirar o cliente do estabelecimento. Imagens divulgadas pelo empresário mostram o funcionário do banco dizendo que não vai até a delegacia prestar esclarecimentos, caso ele nao saia algemado, pois não faz acordos com “esse tipo de gente” (saiba mais aqui).
Já em outro trecho do vídeo é possível ver um dos PMs dar um “mata-leão” no cliente, que foi levado para a delegacia depois. Por meio de nota, a assessoria de comunicação da PM disse que “houve a necessidade de empregar a força proporcional para fazer cumprir a ordem legal exarada, mesmo após diversas tentativas de conduzi-lo sem o emprego da força”.
ATO DE APOIO
Com a repercussão nacional que o caso teve, militantes do Movimento Negro já promoveram um ato de apoio a ele, dentro da unidade bancária, na tarde de ontem.
“Eu me senti abraçado, me senti acolhido e foi muito importante pra mim porque eu me senti muito forte, eu vi que eu não estou sozinho nessa luta. Eu nunca tinha tido a sensação de viver isso, que é muito doloroso, e a parte pior foi quando eu pisei na agência, no lugar que eu estava no momento desesperador”, comenta Terral em contato com o BN.
O empresário foi até o local na companhia de seus advogados e de sua esposa.
Fonte: Bahia Notícias