A Bahia passou do 1° para o 7° lugar no ranking de estados brasileiros com o maior número de pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais. O dado faz parte de um relatório da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em parceria com a Childhood Brasil, que apresentou, nesta segunda-feira (14), a mais nova edição do Mapear.
O estudo é um mapeamento nacional de pontos vulneráveis à exploração sexual de menores. A análise mais recente apontou uma queda de 14% dos pontos considerados críticos no Brasil, que possuem a maior possibilidade de ocorrência de abusos, na comparação do biênio 2013 e 2014 com o biênio 2017 e 2018. Porém, a edição identificou 2.487 pontos vulneráveis, um acréscimo de 20% em relação a anterior. A maior partes desses pontos são postos de combustíveis, bares, casas de show, pontos de alimentação e hospedagem. Em todas as regiões do Brasil a maior parte dos pontos vulneráveis aos abusos a menores são os postos. O relatório mapeou pelo menos 800 deses estabelecimentos propícios para a ocorrência de tal crime. Bares aparecem em segundo lugar na lista. A hipótese é que esses pontos facilitam o acesso e a movimentação de pessoas, por isso a interação entre as vítimas e agressores tende a ser maior. Na Bahia, especificamente, houve nos anos de 2015 e 2016, com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT-BA), um esforço para articulação da rede local dando maior eficiência aos encaminhamentos de vítimas de abuso para a redução dos casos. No estado também foi realizada a primeira Oficina de Articulação, que contou com 45 representantes dos sete municípios com os maiores números de casos de abuso em junho de 2016, em Ilhéus. O evento englobou a rede de Conselhos Tutelares, de assistência social, Delegacias Especializadas, PRF, Ministério dos Direitos Humanos, Ministério Público do Trabalho, Childhood Brasil, Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Estado, bem como Secretaria Estadual de Direitos Humanos e foi realizado após um Termo de Ajuste de Conduta do MPT. O trabalho de mapeamento dos pontos vulneráveis pela PRF começou em 2004. Um ano antes, o Governo Federal defniu como prioridade o enfrentamento desse tipo de crime. A partir de 2009, passou a classificar os pontos vulneráveis em quatro níveis: desde os de baixo risco, passando pelos de médio, alto, e, finalmente, o crítico. De 2005 até hoje, a PRF retirou de locais de risco em rodovias e estradas federais um total de 4.766 crianças e adolescentes vulneráveis. As ações policiais são planejadas e executadas de acordo com o grau de vulnerabilidade, que acaba determinando a forma e a urgência das respostas.