Quantidade captada em 2017 superou a de 2016
Segundo informações da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (Rblh), em 2017, o Banco de Leite Humano do Hospital Municipal Esaú Matos foi o campeão de captação de leite humano no Estado da Bahia, com um total de 1.179,9 litros de leite captados. Esta quantidade superou a de 2016, quando foram captados 1.126,8 litros.
“O Banco de Leite nos permite uma maior interação com a comunidade. Mostramos, por meio dele, que ela também faz parte do processo e de que a ajuda dela é necessária para que possamos construir um serviço público cada vez melhor, de qualidade e com maior possibilidade de atendimento”, ressaltou o diretor geral da Fundação Pública de Saúde da cidade, Felipe Bittencourt, responsável pela administração do serviço.
“Dois mil e dezessete foi um ano em que recebemos, além da doação de leite, muita doação de frascos – o que contribui muito neste processo. E tudo isso por conta do trabalho feito pela ex-coordenadora, Adriana Vasconcelos, e que continuará tendo resultados positivos graças ao trabalho atual de Audrey Marins”, acrescentou Felipe.
Rede de solidariedade – Para a atual coordenadora do serviço, Audrey Marins, o apoio da comunidade somado ao compromisso dos funcionários e equipe técnica da Fundação são fundamentais para manter os bons resultados obtidos nos últimos anos. “Os técnicos do Banco de Leite estão sempre atentos às mães do alojamento conjunto, da UTI Neonatal e daquelas que nos procuram para esclarecer dúvidas e se cadastrarem como doadoras. Isso tem feito a grande diferença”, salientou Audrey.
E quando fala do apoio da comunidade, Aldrey se refere à parceria e solidariedade de mães que doam e têm consciência de que ao doar não vai faltar leite para o seu filho e ainda vai ajudar outras crianças a terem saúde. Inclusive, para alcançar esta marca em 2017, foi necessária a colaboração de 1.087 mães que, voluntariamente, disponibilizaram o leite excedente da mamada de seus filhos para o Banco de Leite.
O leite coletado é pasteurizado e disponibilizado para a dieta dos bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Esaú. Em 2017, foram 1.037 litros de leite distribuídos para 569 bebês.
Números que deixam doadoras como Maria Paula Neves, 36 anos, mãe de Edu, 6 meses, emocionadas em poder contribuir com a recuperação de bebês que estão na UTI Neonatal. “Edu tinha 13 dias quando percebi que eu tinha leite demais e poderia doar. Então, procurei o Banco de Leite do Esaú; lá mesmo eu já tirei, doei e aí continuei doando. Eu me sinto privilegiada de poder ter o leite para o meu filho e o excedente para doar. Só de saber que eu posso ajudar pelo menos um bebê que está na UTI, pra mim, já estou realizada”, comentou.
As mais de mil doadoras do ano de 2017 se disponibilizaram por diversos motivos. Para Virgínia Pepe, 40 anos, mãe de Vitor, 7 meses, que doa para o Banco de leite desde que seu filho completou um mês de vida, lembra que a sua motivação maior para doar veio de uma promessa que fez enquanto seu filho estava internado na UTI.
“Vitor nasceu prematuro, com 35 semanas, eu precisei ficar com ele na UTI Neonatal do Hospital São Geraldo. Por conta da ansiedade, da angústia, meu leite estava pouquinho, cheguei a machucar os seios na tentativa de tirar o leite a qualquer custo, porque eu não queria que ele tomasse um leite artificial na UTI. Em um certo momento eu sentei e tive uma conversa muito particular com Deus e eu pedi a Ele que me capacitasse para amamentar logo meu filho, pra que ele ficasse imunizado e eu prometi a Ele, que se viesse a ter leite para Vitor eu iria passar a doar pro Banco de Leite daqui e estou doando até hoje”, contou Virgínia.
Atendimento especial – Para que o serviço alcance suas metas de continuar ofertando leite materno para os bebês da UTI Neonatal, o atendimento oferecido às doadoras é fundamental. “O atendimento da equipe do Banco de Leite é perfeito, meu único ‘trabalho’ é tirar o leite e congelar; eles fazem o restante do trabalho todo, nem de casa eu saio. Estão prontos para atender a gente a qualquer hora”, explicou Maria Paula, que recebe a equipe de coleta do Banco duas vezes por semana.
Virgínia também conta que não teve nenhum trabalho para doar. “Liguei para o Banco de Leite para me informar e no mesmo dia eles enviaram uma técnica que fez uma entrevista sobre meu estado de saúde, meu pré-natal e trouxe um kit com máscara, touca, luvas, os vidros, me ensinou como era, me deu uma cartilha e no outro dia eu já comecei a retirar o leite. Entrei no grupo de conversas online, por meio do qual fazemos todo o contato, avisamos quando tem leite, quando precisa dos potinhos. Eu fiquei encantada porque eu estava fazendo com muita alegria e dedicação, e continuo até hoje. Enquanto Vitor estiver mamando, os bebês de lá também vão receber o leitinho”, ressaltou Virgínia.
Para mais informações sobre o Banco de Leite, entre em contato (77) 3420-6237.
Fonte: PMVC