Fundador do Google financia testes com táxis voadores

ora, protótipo de táxi aéreo em teste na Nova Zelândia que decola como helicóptero – Divulgação

Uma startup de carros voadores que conta com apoio financeiro de Larry Page, fundador do Google, nos últimos meses vem testando secretamente um avião elétrico autoguiado, na Nova Zelândia, revelou a empresa na terça-feira (13).

A Kitty Hawk, sediada no Vale do Silício, espera que seu avião, chamado Cora, forme o cerne de um serviço aéreo de táxis, nos próximos anos. O aparelho está sendo testado na Nova Zelândia desde o fim de 2017.

Jacinda Ardern, a primeira-ministra neozelandesa, anunciou o projeto nesta terça, em companhia de Fred Reid, presidente-executivo da Zephyr Airworks, a operadora da Kitty Hawk no país.

“O Cora decola como helicóptero e voa como avião, o que elimina a necessidade de pista de pouso, e cria a possibilidade de decolagem em lugares como telhados de edifícios”, afirma a empresa em seu site. “O Cora vai empregar software de orientação autônoma acoplado a controle humano, para tornar possível que pessoas sem treinamento o operem”.

Uma confluência de tecnologias, entre as quais motores e baterias elétricos, sistemas de navegação autônomo e até mesmo os drones (aeronaves de pilotagem remota) vendidos aos consumidores levaram diversas empresas, entre as quais Uber e Airbus, a investir em veículos autopilotados, o que remove a necessidade de um piloto treinado à bordo.

A capacidade de decolagem e aterrissagem vertical promete abrir possibilidade de transporte, por exemplo serviços de passageiros ou entregas realizadas por drones. A Kitty Hawk leva o nome do local em que os irmãos Wright realizaram seus primeiros testes de voo, e foi capitalizada pessoalmente por Page, sem participação do grupo Alphabet.

SIGILO

Comandada por Sebastian Thrun, também fundador do programa de carros autoguiados do Google e do serviço online de educação Udacity, a Kitty Hawk começou a operar sigilosamente em abril de 2017, quando surgiu o protótipo de seu Flyer, um avião ultraleve monoposto acionado por oito rotores elétricos.

O Flyer foi projetado para ser usado apenas sobre a água, e para venda a operadores individuais.

O Cora é um veículo mais ambicioso, com 12 rotores independentes, capaz de carregar duas pessoas a altitudes de entre 150 e 900 metros. Com alcance de 100 quilômetros e velocidade máxima de 177 km/h, o Cora conta com três computadores de voo independentes para garantir que haja sistemas de reserva em caso de falha.

“A missão da Kitty Hawk é mudar completamente a maneira pela qual nos deslocamos”, disse Thrun. “Com o Cora, nosso protótipo de táxi, estamos aplicando oito anos de pesquisa e desenvolvimento para criar uma forma inteiramente nova de transporte”.

A Kitty Hawk planeja um dia operar um serviço “semelhante a uma companhia de aviação ou um serviço de transporte compartilhado” usando o Cora não apenas na Nova Zelândia, mas também nos Estados Unidos.

 

 

Folha de São Paulo

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