Exposição Conquista: unidade demonstrativa divulga objetivos do Palmas para Conquista

Iniciativa traz três variedades de palma, resistentes à ‘colchonilha de carmim’ e cultivadas de forma intensiva

Antes mesmo da Exposição Conquista, que acontece a partir desta terça-feira (13) até 18 de março, os resultados da parceria entre a Cooperativa Mista Agropecuária Conquistense (Coopmac) e a Prefeitura de Vitória da Conquista já podiam ser vistos no Parque de Exposições Teopompo de Almeida.

A poucos metros do estande destinado à Administração Municipal, foi instalada uma unidade demonstrativa do Programa de Convivência com o Semiárido – Palmas para Conquista. Lançado pela Prefeitura, o programa pretende viabilizar ações para fortalecer a cultura da palma em Vitória da Conquista, a fim de apresentar alternativas de convivência com a seca para os produtores da região.

A Exposição Conquista será uma oportunidade para divulgar os objetivos do Palmas para Conquista. “Vai ser um momento muito forte, muito bom para a agropecuária regional. A Exposição Conquista é de caráter nacional, de grande repercussão e prestígio, com a participação de muitos estados”, analisa o secretário municipal de Agricultura, Paulo César Oliveira.

O programa preconiza que a palma, além de servir como alimentação para os animais, também seja mais utilizada para consumo humano – na forma de alimento, como sorvetes e geleias, e por outros meios, a exemplo da fabricação de cosméticos.

Na unidade demonstrativa, foram plantadas dez “ruas” (assim são chamadas as fileiras) com mudas de três variedades de palma: “orelha de elefante”, “mão de moça” e “palma-doce” – também conhecida como “miúda”. Esta última, que já ostenta brotos em quantidade bem maior que as outras, é considerada a mais promissora para o plantio local.

Essas variedades, que deverão ser distribuídas entre os agricultores do município, através do programa Palmas para Conquista, têm em comum o fato de serem resistentes à praga conhecida como “colchonilha do carmim”. Nos últimos 20 anos, essa “colchonilha” foi responsável por dizimar mais de 200 mil hectares de plantações de palma nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Alagoas. A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) já encontrou registros de que a “colchonilha de carmim” chegou às terras baianas e se aproxima da região sudoeste.

Resistência à praga – A Prefeitura já está ciente dessa possibilidade. “Nós já estamos colocando à disposição do agricultor opções para ele combater a praga com uma variedade resistente”, afirma o engenheiro agrônomo Reuber Matos, coordenador municipal de Promoção da Agricultura Familiar e idealizador do programa Palmas para Conquista.

De acordo com o coordenador, mais de 90% dos agricultores da Bahia cultivam a palma do tipo “gigante”, que é suscetível à praga. Uma alternativa, portanto, seria estimulá-los a conhecerem as variedades que a Prefeitura pretende disseminar. Por isso, a unidade demonstrativa deverá permanecer no Parque de Exposição, mesmo depois do encerramento da Exposição Conquista.

“Nós apenas estamos começando a mudar essa concepção de combater a seca. Precisamos conviver com o clima do semiárido e buscar nele alternativas sustentáveis de desenvolvimento”, informa Reuber. “É preciso que se olhe a questão ambiental e estimule os produtores a criações e lavouras já adaptadas ao nosso clima e resistentes à baixa quantidade de chuvas”.

Cultivo intensivo – Na unidade demonstrativa, são seguidos os preceitos do cultivo intensivo da palma, no qual as mudas são plantadas com espaçamento adensado, em fileira dupla e forte adubação orgânica. Nos métodos tradicionais de plantio, os agricultores plantam as mudas com maiores espaços entre uma e outra, sem que haja um ordenamento. Assim, geralmente conseguem produzir entre 30 e 40 toneladas de palma por hectare.

Com o cultivo intensivo, Reuber afirma que cada hectare pode produzir até 500 toneladas de palma. Para promover esse cultivo, a Prefeitura está implantando um campo de produção e distribuição de mudas de palma numa área de 20 hectares, a 15 quilômetros da área urbana. O terreno, de propriedade do produtor rural Jaimilton Fernandes, será utilizado pela Prefeitura por meio de um contrato de comodato rural.

“A intenção é termos, a partir do ano que vem, 15 milhões de raquetes-sementes para distribuir aos agricultores”, afirma Reuber, registrando que a previsão inicial é de entregar 20 mil mudas a cada agricultor que participar do programa.

Parceiros – Além da Coopmac, o programa Palmas para Conquista mantém parceria com a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), a Universidade Federal da Bahia (Ufba), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), o Sindicato Rural e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Fonte: PMVC

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