O clarão visto em Salvador e outras cidades da Bahia na noite de terça-feira (20) foi um meteoro que sobrevoou o céu baiano por 6 segundos, no sentido Norte-Sudeste, entrou em combustão a 80 km de altura até explodir às 22 horas, 27 minutos e 56 segundos, já a 30 km de altura do nível do mar e a 83 km da costa.
A informação é do astrônomo Marcelo de Cicco, membro da Sociedade Brasileira de Astronomia (SBA) e coordenador do projeto Exoss, que colabora no Brasil com a Nasa – a agência espacial dos Estados Unidos – no monitoramento de meteoros. O pesquisador prepara um relatório técnico de conclusão para esse final de semana.
Ele descartou a possibilidade de a peça encontrada em Monte Gordo, no distrito de Camaçari, ser um lixo espacial de um foguete russo. “Esse lixo espacial caiu no dia 16 de fevereiro, no Canadá. E o outro lixo espacial, do dia 17, de um foguete americano, caiu na África”, informou De Cicco. “Nem de longe o objeto apresentado em Salvador como lixo espacial se parece com peça da indústria espacial, e sim com pedaço de ferro da indústria comum.”
O especialista complementa que não havia previsão de queda de lixo espacial para os dias 20 e 21. O pesquisador concluiu que o fenômeno foi a queda de um bólido, meteoro de alta luminosidade com cerca de 500 gramas de peso, e que explodiu no mar devido à energia cinética, gerada no próprio objeto por conta da velocidade. O clarão assustou muita gente e virou até meme nas redes sociais.
A Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), organização aberta e colaborativa mantida por pesquisadores em astronomia, havia divulgado rota parecida para o que também considera como “meteoro de alto brilho”. As câmeras da rede capturaram imagens do meteoro em Camaçari e Conceição do Coité.
“O meteoro visto em Salvador, toda a costa leste além de Sergipe, entrou na atmosfera terrestre no sentido nordeste para sudeste e explodiu sobre o Oceano Atlântico, a 83 Km da Praia de Guarajuba e aproximadamente 29 Km de altitude”, dizia um comunicado da Bramon.
A peça de Monte Gordo, que tem cerca de 3 quilos, será analisada pelo Instituto de Geociências e Escola Politécnica da Ufba. As análises devem ficar prontas até sexta (2) e medirão qual é o tipo de liga metálica e qual segmento da indústria a usa.
Fonte: Correio 24 Horas