O centro analítico norte-americano RAND publicou um relatório sobre as capacidades militares da Rússia. Todos os especialistas concordam em uma coisa: será impossível vencer a Rússia subitamente e com força.
O RAND, que tem consultado o Pentágono quanto a questões de segurança nacional, analisou a condição do exército russo, aviação e frota, e tentou responder a duas perguntas: qual seria a estratégia exata de Moscou contra um adversário do mesmo patamar e o que tem que recear a OTAN em caso de conflito aberto.
A fim de reformas militares
Em comparação com outra mídia ocidental, o RAND não declara que Moscou estaria reequipando seu exército para atacar países bálticos ou Leste Europeu. Pelo contrário, analistas do centro estipulam que as Forças Armadas da Rússia tenham em primeiro lugar um caráter de defesa e passem por reforma para proteger seu próprio território, grandes centros industriais e a população de ameaças externas, o que significa que as ações da Rússia correspondem à doutrina militar nacional.
Os exercícios militares, capacidades do exército e a estrutura das tropas não correspondem de nenhuma forma a um desejo de projetar seu poderio militar no mundo.
O documento salienta que a Rússia estudou minuciosamente a experiência de combate acumulada pelos países ocidentais nos últimos 25 a 30 anos e formulou uma lista de ameaças à sua segurança nacional.
Os analistas do RAND opinam que, “obviamente, os russos, acima de tudo, têm medo de ataque maciço com o uso de armas convencionais de alta precisão, bem como de ataque terrestre, sistemas marítimos de defesa antiaérea e mais bases militares da OTAN perto de suas fronteiras”, considerando que a Rússia possui um dos melhores sistemas de defesa antiaérea do mundo.
Estrutura organizacional
Analistas do RAND reconhecem que, hoje em dia, o exército russo é um dos melhores no mundo, o que não poderia ser dito sobre ele mais de uma década atrás.
Os russos “podem rapidamente deslocar as tropas em várias direções para resistir a ameaças internas e externas”. As tropas terrestres e autotransportadas, bem como infantaria naval contam com 60 regimentos e brigadas. Cada unidade possui forças-tarefas com soldados profissionais que estão sempre em estado de alerta.
Risco de escalada nuclear
Na opinião do RAND, Moscou, desde meados de 2000, ativamente tem desenvolvido complexos de longo alcance convencionais para resolução de tarefas estratégicas sem necessidade de utilização de armas nucleares.
O centro lembra que a Rússia pode ser o primeiro país a usar armas de destruição em massa somente se sua existência for ameaçada. Por exemplo, se o inimigo destruir o sistema complexo de defesa antiaérea na região de Kaliningrado ou perto de Moscou, e se as suas tropas terrestres sofrerem muitas perdas.
Golpe preventivo
Especialistas pensam que a Rússia é inferior do que os EUA, OTAN a China em termos de quantidade das tropas e poder econômico. Mas se o Kremlin achar que o ataque contra o Estado é inevitável, pode aplicar medidas e efetuar o golpe preventivo.
Se a Rússia decidir atacar o país (ou aliança), igual ou mais forte militarmente, vai perseguir três objetivos principais: destruir e neutralizar pontos de comando do inimigo e interromper sua troca de informações, pôr em prática manobras enganosas e efetuar ataque principal e mais rápido possível, deixando o inimigo sem tempo para reagir.
Artilharia
Os analistas norte-americanos creem que a Rússia, em caso de guerra, poderá tentar causar o dano máximo às tropas terrestres do inimigo sem entrar em contato de fogo direto com eles.
Russos podem vir a usar artilharia para atacar nos flancos. Neste aspecto, superam as capacidades dos exércitos ocidentais. “Os russos possuem uma vantagem óbvia nesta área – se os norte-americanos não conseguirem ganhar no ar.”
Capacidades da Marinha
O RAND não considera a Marinha russa como tropa principal. Mas, de acordo com especialistas, a Marinha tem bastante força para apoiar o exército e aviação, bem como atingir sucesso local em várias direções.
“A Marinha russa é capaz de efetuar ataques com armas de alta precisão e de longa distância, defender a linha costeira e travar luta contra navios e submarinos.”
Os russos continuam com bandeira levantada nos oceanos, mas há uma carência de navios. Por isso, em caso de conflito, a Marinha vai atuar localmente, em direções estrategicamente importantes: Mediterrâneo Oriental, Ártico, mar Negro e, com certas limitações, na região leste do oceano Atlântico.
Para os analistas do centro analítico norte-americano, os problemas enfrentados pela Rússia não mudaram: navios obsoletos, atrasos no reequipamento e desigualdade óbvia das capacidades militares de todas as frotas russas.
Fonte: Sputniknews