Entre os números apresentados nesta terça-feira (15) para a economia em 2018, durante o anúncio das novas metas fiscais, a equipe econômica divulgou uma previsão de R$ 969 para o salário mínimo do ano que vem, R$ 10 a menos do que a projeção atual. Hoje, o salário mínimo está em R$ 937.
De acordo com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, essa redução é um ajuste, decorrente do fato de que a inflação esperada para o ano que vem caiu de 4,5% para 4,2%.
O salário mínimo é calculado com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do ano anterior e com o PIB de dois anos atrás.
Quando o valor de 2018 foi calculado, a conta foi feita com o percentual mais alto, mas o cálculo foi refeito com a inflação projetada mais recente, que é menor. O valor real, afirmou o ministro do Planejamento, só será conhecido em janeiro do que vem, com o resultado efetivo da inflação de 2017.
Se a inflação menor se confirmar, o governo vai economizar cerca de R$ 3 bilhões em gastos no ano que vem, já que a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária) de 2018 calcula que, a cada R$ 1 a mais, a diferença em termos de gastos públicos é de R$ 301, 6 milhões.
Com a lenta retomada da economia, a projeção para o PIB foi reduzida de alta de 2,5% para 2% em 2018. Para este ano, a projeção oficial continua em 0,5%.
NOVA META
Após uma semana de embates com a ala política do governo, a equipe econômica anunciou na terça (15) um aumento no rombo das contas federais neste e nos próximos três anos. O governo também avisou que a virada esperada para 2020, quando prometia que os números voltariam ao azul, foi adiada para 2021.
Com a revisão das metas fiscais, que previam deficit de R$ 139 bilhões neste ano e R$ 129 bilhões no próximo, o governo agora prevê um rombo de R$ 159 bilhões nos dois anos. Para 2019, a previsão de deficit passou de R$ 65 bilhões para R$ 139 bilhões.
O governo esperava superavit de R$ 10 bilhões em 2020 e agora prevê deficit de R$ 65 bilhões. O último ano em que o governo federal arrecadou mais do que gastou foi 2013.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, atribuiu a necessidade da revisão das metas à frustração de receitas, em parte por causa da queda da inflação nos últimos meses.
“É uma boa notícia para o país e para a atividade econômica, mas muda a expectativa de arrecadação”, disse. Outro fator que pesou na revisão de 2018 foi a retomada ainda lenta da economia.
Segundo Meirelles, as novas metas não foram definidas para acomodar despesas, mas permitirão ao governo desbloquear gastos represados desde março e evitar a paralisia de serviços essenciais.
Fonte: FolhaPress / Bocão News